Reputação em jogo: por que líderes são ativos estratégicos das marcas
Por Suzy Scarton, Tendências Comunicação Empresarial

Estamos mais próximos uns dos outros do que nunca. Ainda que separados por quilômetros, podemos acessar partes - cuidadosamente selecionadas, é verdade - da vida de praticamente qualquer pessoa. Isso vale para celebridades, atletas e completos desconhecidos. E vale, também, para dirigentes de grandes organizações, que, hoje, deixam de ser anônimos para se tornarem ativos estratégicos de reputação.
Um líder que se posiciona com assertividade e escolhe com sensatez os temas sobre os quais vai opinar pode atrair negócios e impulsionar a solidez da companhia. O contrário também é verdadeiro: quando contrariam os valores de uma instituição, suas declarações podem gerar prejuízos significativos.
Não é preciso insistir no potencial destrutivo das redes sociais - o tema já é amplamente abordado pelos meios de comunicação. Fala-se menos, no entanto, sobre a sua capacidade de construir reputação pessoal. Ainda que um artigo assinado em grandes veículos tenha impacto inegável, a presença de executivos em plataformas como o LinkedIn se mostra cada vez mais decisiva para aproximar marcas de seus públicos.
Isso porque, especialmente entre as novas gerações, não basta conhecer a empresa pelo que ela diz ser ou pelo que vende. Stakeholders de diferentes setores querem saber quem está por trás da engrenagem. Por melhor que seja a comunicação institucional, dificilmente ela será suficiente para apagar o incêndio provocado por uma declaração ou por um ato infeliz de um executivo. Pesquisas de engajamento comprovam: publicações pessoais frequentemente alcançam mais repercussão do que as corporativas.
Líderes que compartilham visões de mercado e reflexões sobre tendências ajudam a consolidar a percepção de cultura e propósito - algo que também se reflete na atração de talentos. Em momentos de crise, essa presença ativa garante que a organização conduza sua própria narrativa, em vez de deixá-la nas mãos de terceiros. Entre pares, confere autoridade e transmite visão de futuro.
Preparar porta-vozes para que se posicionem estrategicamente - e isso inclui, inclusive, a decisão de silenciar - é responsabilidade dos profissionais de comunicação e relações públicas. Afinal, pessoas confiam em pessoas e, quando bem preparados, líderes que representam marcas invariavelmente ajudam a fortalecê-las.