Editora gaúcha lança ação para arrecadar fundos para reconstrução interna
Equipe ficou 26 dias sem entrar nas suas dependências e a estimativa é que leve 30 dias para operar novamente

A Arte e Ofícios Editora lançou, recentemente, uma campanha para ajudar na restauração da empresa gaúcha, que publica e comercializa livros. Isso porque a sede da marca foi destruída pelas enchentes e teve perda total. A equipe ficou 26 dias sem entrar nas suas dependências, que mede 80 metros quadrados. Além disso, ainda não conseguiram seguir o trabalho comercialmente e a estimativa é que leve 30 dias para operar novamente. Doações podem ser feitas por meio da chave PIX: [email protected]. Além disso, as pessoas podem ajudar comprando os livros da editora presentes nas livrarias e nos sites da Livraria Travessa, da Martins Fontes, entre outros.
Em conversa com a equipe de reportagem de Coletiva.net, o dono da editora, Luís Fernando Araújo, contou que quando entrou no prédio o primeiro pensamento que teve foi de desistir do negócio de editar e comercializar livros, principalmente em função do estado que encontrou o acervo. Conforme o profissional, a situação já se encontrava difícil no pós-pandemia Covid-19. No entanto, um amigo insistiu que fosse criada uma chave PIX para ajudar na recuperação. "Acabei topando e isto abriu o caminho para entender e aceitar que precisava e muito de ajuda", afirma.
Para Luís, ele se sente desconfortável por receber dinheiro de terceiros, mas, ao mesmo tempo, percebeu que isso dá energia e força para encarar os desafios. "É muito bom saber que tem pessoas que apostam no teu trabalho, no que você faz, que se importa com livros, com literatura, enfim, com a cultura", conta.
Reconstrução
Luís precisou contratar pessoas para trabalhar na limpeza do prédio da editora. Há três profissionais na ativa desde 28 de maio e a estimativa é de que o trabalho vai até o final de junho. Outros gastos que o vendedor tem é na compra de materiais de limpeza e deslocar os livros secos para outro local. "Tudo isso precisa de dinheiro", explica.
Há ainda a questão da umidade, pois existem caixas de papelão com livros que não foram atingidos pelas águas, mas, que estão mofando e criando fungos, o que torna o processo de tirar os produtos urgente. "Depois disso, é necessário limpar e higienizar o depósito para retornar o estoque que sobrou. O forro do depósito está totalmente coberto de fungos e ainda não sei se conseguiremos tirar ou se teremos que trocá-lo."
O jornalista e escritor gaúcho Lourenço Cazarré é um dos voluntários que está engajado na campanha de restauração da Artes e Ofícios. Conforme o profissional,, no meio do caos que o Rio Grande do Sul vive, dois depoimentos chamaram sua atenção, sendo um deles do Luís. Segundo o comunicador, o noticiário que vem recebendo em Brasília, onde mora atualmente, não falava a respeito das editoras e gráficas. Então começou a divulgar a informação para os amigos para ver se conseguem ajudar essas empresas "O Rio Grande do Sul precisa reerguer seu setor de Cultura, em especial, o da Literatura, que sempre foi muito forte no Estado. Então, precisamos retomar a força das editoras e gráficas gaúchas", afirma.