Faleceu, no final da tarde desta segunda-feira, 18, o DJ, cineasta e radialista Claudinho Pereira, aos 78 anos, em Viamão, onde residia. As causas da morte ainda não foram divulgadas. A informação foi confirmada pelo jornalista Juarez Fonseca, que mantinha contato permanente com a família do comunicador. O cerimonial e homenagens para Claudinho irão ocorrer nesta terça-feira, 19, com início às 10h e encerramento às 16h no Cemitério Jardim da Paz, na capela C. 

Em entrevista ao Jornal do Comércio, Fonseca contou que Claudinho foi hospitalizado em 2 de agosto. Depois de ser tratado, voltou para casa, mas precisou ser novamente internado. "Estavam tentando transferi-lo para a Santa Casa, mas questões burocráticas atrasaram o processo e veio o desenlace no fim desta tarde."

Claudinho foi um dos primeiros DJs de Porto Alegre e foi testemunha do nascimento das primeiras boates da capital gaúcha, ainda nos anos 60. O comunicador teve parte de sua trajetória registrada no livro 'Na Ponta da Agulha', publicado em 2012. A obra traz memórias pessoais com relatos sobre os bastidores de festas e sobre personagens que marcaram época.

Despedidas

"Claudinho Pereira nos deixou. Um multi profissional. Era sujeito de bem com a vida. Sempre alto astral. Não preciso enfatizar que vamos sentir saudades. Mas imagino a baita playlist que o Claudinho está preparando lá no céu", lamentou o jornalista e apresentador Renato Martins, em nota publicada em seu Instagram. 

Márcio Pinheiro, jornalista e escritor, também se despediu do comunicador com depoimento nas redes sociais: "E é essa imagem que o Claudinho vai deixar: a do sujeito bem-humorado que melhorou a vida de todos que tiveram a sorte de conhecê-lo. Obrigado, amigo!"

"Luto. Morre o querido amigo DJ produtor Claudinho Pereira", lastimou o jornalista Nilton Fernando em publicação em seu Instagram. 

Claudinho Pereira

Nascido em 25 de maio de 1947, Claudinho Pereira foi DJ, produtor cultural, radialista e cineasta. Cresceu no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, onde, adolescente, começou a discotecar em festas de garagem organizadas por vizinhos. Logo, foi contratado pela Crazy Rabbit, primeira casa noturna com pista individual da capital gaúcha e, ao longo dos anos, trabalhou em mais de 60 boates.

No rádio, comandou programa de jazz na Itaí FM, no final da década de 1960. Já na Rede Cidade, acumulou funções na programação musical e promoções, papel que replicou na Atlântida ao implantar o setor responsável por ações como o festival 'Planeta Atlântida'.

Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), atuou na televisão como produtor, diretor e responsável por vídeos institucionais. Dirigiu o episódio 'Cartas da Ilha', da série 'Histórias Extraordinárias', exibido em festivais internacionais. Recebeu 12 prêmios de cinema e desenvolveu projetos audiovisuais ligados à preservação da memória musical local.

Casado por décadas com Preta Pereira, com quem partilhou vários projetos, viveu em Viamão. Dedicou-se integralmente a aspectos da Cultura, conciliando atividades musicais, televisivas e cinematográficas.