Ali Klemt, da TV Pampa, é denunciada pelo Ministério Público

Fato se deu pelas falas da apresentadora que teriam sido de intolerância étnica contra o povo palestino

Ali Klemt compõe a bancada de comentaristas do programa 'Atualidades Pampa' - Crédito: Reprodução

A apresentadora Aline Klemt, mais cohecida por Ali Klemt, da TV Pampa, foi denunciada pelo Ministério Público por incitar preconceito e intolerância étnica contra o povo palestino. O promotor de Justiça da Promotoria da Justiça Criminal de Porto Alegre, José Nilton Costa de Souza, ofereceu denúncia contra a comunicadora. O caso foi recebido e o processo tramita na 5ª Vara Criminal do Foro Central da Capital. Em janeiro deste ano, a comunicadora foi indiciada pela Polícia Civil.

Durante o programa 'Atualidades Pampa', que foi ao ar em 10 de outubro de 2023, ela afirmou, sobre os acontecimentos de 7 de outubro do mesmo ano, quando palestinos que habitam a Faixa de Gaza atacaram pontos no sul de Israel: "Hoje, sinceramente, não tem outra forma, a não ser, realmente, dizimando uma população que acha que matar aleatoriamente tá tudo certo" (sic.), referiu a comunicadora na atração. 

Para justificar a afirmação, ela teria resgatado a falsa notícia de que os palestinos teriam degolado crianças em 7 de outubro de 2023, desmentida no mesmo dia pela mídia israelense. A edição de 10 de outubro do 'Atualidades Pampa' não está mais disponível nas redes sociais da emissora, porém, o vídeo com a fala de Ali foi resgatado pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e pode ser visto neste link.

"A denunciada cometeu um crime racial previsto no artigo 20, inciso 2º, da Lei nº 7.716/89", diz a peça em que o promotor José Nilton Costa de Souza oferece a denúncia. O artigo 20 dispõe que "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia. religião ou procedência nacional" é crime que, agravado por ter sido cometido por meio de Comunicação Social, prevê reclusão de um a três anos e multa. 

O Secretário de Assuntos Jurídicos da Fepal, Nasser Judeh, que acompanha o processo desde o seu início, conta que continuará monitorando o caso e espera que a comunicadora "seja punida na forma da lei". "Além desse fato, estamos em alerta e temos outras representações criminais contra pessoas que destilam ódio, preconceito e intolerância sobre o que está acontecendo com o povo palestino", observa.

Em contato com a reportagem de Coletiva.net, Ali afirmou: "Como a questão está judicializada, nos manifestaremos apenas em juízo."

Comentários