Abraji divulga relatório sobre as eleições de 2022
Estudo realizado pelo projeto Ctrl+X monitorou processos eleitorais registrados ao longo do ano passado para acompanhar casos de censura e assédio judicial

Foi divulgado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) o relatório 'Processos Judiciais contra Jornalistas nas Eleições 2022: como a censura e o assédio judicial afetam os processos políticos e a democracia brasileira?'. O estudo foi realizado pelo projeto Ctrl+X, e monitorou os processos eleitorais registrados ao longo do ano passado para acompanhar casos de censura e assédio judicial que afetam os jornalistas no país. Confira o relatório completo pelo link.
Quando comparado à eleição de 2018, o estudo aponta que houve um crescimento de 14% no número de processos. Alagoas, Amazonas e Goiás são os estados que mais apresentam condenações com retirada de conteúdo e multas. O projeto Ctrl+X conta com um banco de dados que possui base de informações de diversos processos judiciais nos quais há pedidos de remoção de conteúdo e de indenização por parte dos partidos e políticos. No último período, a equipe da base de dados focou seus esforços nos processos da Justiça Eleitoral, tanto aqueles do Tribunal Superior Eleitoral quanto dos Tribunais Regionais de todo o País, com o objetivo de filtrar os que tratavam de ações judiciais contra jornalistas em que havia pedidos de retirada de conteúdo e que podem ter, de alguma forma, alterado o rumo da campanha eleitoral.
Entre as informações coletadas e analisadas pelo projeto Ctrl+X, estão dados sobre a localização, autoria, réus, materiais e alegações judiciais. Segundo o estudo, o formato de texto é o foco dos pedidos de remoção de conteúdos, pois concentra 58,9% dos processos. Se considerados os casos em que se conjuga o escrito está relacionado a mais de um tipo de material, essa porcentagem chega a 73%. O segundo mais solicitado para ser removido são vídeos, que representam 16,7% dos processos.