O coração do Grupo A Hora pulsa cedo. Ainda antes do sol nascer, por volta das 4h20 da manhã, os primeiros profissionais já chegam à sede em Lajeado (Av. Benjamin Constant, 1034), no centro da cidade, para dar início à operação jornalística que envolve rádio, portal, jornal impresso e produtos especiais. O primeiro programa ao vivo da Rádio A Hora vai ao ar às 5h, com movimentações nas ruas já a partir das 5h40. Às 6h, a operação digital entra em cena com transmissões em vídeo e cobertura em tempo real.
Felipe Neitzke, coordenador de Jornalismo, descreve o ritmo como um ?funcionamento de quase 24 horas?. Apesar da correria, há um espírito de integração e colaboração entre todas as áreas. ?Todo mundo colabora. Tem quem se destaque mais no texto, outros no vídeo ou na locução. Mas o conteúdo é pensado em conjunto, para circular em todas as plataformas?, afirma.
A equipe é diversa e vive a intensidade do Jornalismo regional. O repórter Filipe Faleiro, por exemplo, relembra sua segunda matéria, que marcou sua trajetória: uma reportagem sobre os excessos na Festa à Fantasia da região, com bastidores e imagens de impacto. ?Foi um estouro. Saí de lá direto para a geladeira por uns meses, fazendo pautas culturais. Mas foi um divisor de águas para mim?, recorda. Hoje, Felipe valoriza a liberdade de propor pautas e a confiança na autonomia dos repórteres: ?Aqui a gente é protagonista do próprio trabalho.?
Adair Weiss, diretor-executivo do Grupo A Hora, que acompanhava esta parte da entrevista, explicou o episódio da ?geladeira? em que o repórter ficou afastado. Segundo ele, a medida foi uma forma de proteger o jornalista, que acabou ficando ?mal visto? pela população de Lajeado, já que o evento é muito importante para a cidade. ?Foi uma forma de preservar o repórter diante da repercussão da reportagem, que mostrou um lado mais polêmico da festa, algo que não agradou a todos?, comenta Adair.
Perto da comunidade
Os projetos especiais também são parte essencial na atuação do Grupo. Sob a liderança de Rafael Simonis, essa frente combina Jornalismo, Educação e ações de impacto direto com a comunidade. Jornalista por formação e com especialização em Marketing, ele começou a trajetória na empresa ainda em Santa Clara do Sul, onde o jornal A Hora teve sua origem. ?No início, a gente fazia de tudo: escrevia, fotografava, editava e até entregava o jornal de moto nos fins de semana?, conta.
Entre as memórias mais marcantes da época, ele relembra o episódio de um assalto ao Banco do Brasil em Santa Clara, quando foi junto ao colega Fernando Weiss atrás dos criminosos. ?Ouvimos os tiros e fomos seguindo de carro até o interior, onde o veículo deles foi abandonado. Para uma cidade pequena, aquilo foi um acontecimento gigantesco.?
Hoje, Rafael lidera iniciativas como o 'Educame', projeto voltado à educação e à sustentabilidade. ?Essa área ganhou força com o tempo. Depois das enchentes de 2023, percebemos que havia uma demanda social muito forte. O Educame nasceu disso, e é uma evolução do antigo projeto Universidades, com entregas mais robustas, oficinas e formação cidadã?, explica.
Ele também está à frente do 'Leia´, uma campanha de incentivo à leitura. 'Leia' é a sigla para Ler, Entender, Interpretar e Aprender, que traduz o propósito da iniciativa, que é despertar o interesse pelo hábito de forma engajadora e contínua.
Quando a água subiu, o jornalismo ficou
Durante as enchentes que devastaram o Vale do Taquari em setembro e novembro de 2023, e novamente em maio de 2024, o Grupo A Hora assumiu não apenas seu papel informativo, mas também comunitário. ?A gente se tornou um ponto de referência para a população. As pessoas buscavam o rádio, o jornal, o portal, querendo saber onde tinham doações, abrigos, o que estava interditado, como ajudar?, recorda Adair Weiss. Em meio ao caos, a equipe trabalhou de forma ininterrupta, com comunicadores, jornalistas e técnicos muitas vezes dormindo na redação para garantir atualizações constantes, e com responsabilidade.
A cobertura não se restringiu ao factual. Além das reportagens em tempo real, as plataformas do Grupo A Hora produziram conteúdos que documentaram os impactos sociais, econômicos e emocionais da tragédia. ?A gente percebeu que o nosso papel ia além da notícia. Era ser ponte, dar visibilidade para as histórias de perda, de solidariedade, de reconstrução. E isso conectou ainda mais o público com o nosso trabalho?, completa Adair. O resultado foi o fortalecimento da confiança na marca e o reconhecimento da comunidade, que fez do grupo uma das principais fontes de informação da região e do Rio Grande do Sul durante o desastre.
Além das enchentes, o Grupo A Hora também se destacou na cobertura colaborativa de pautas importantes, como, mais recentemente, o acidente em Imigrante. Para essa cobertura, houve uma forte parceria com veículos de imprensa de Porto Alegre, que compartilharam informações e recursos para garantir uma apuração mais completa e ágil.
Do Interior ao Litoral Sul
Com empreendedorismo e jornalismo pulsando nas veias, os irmãos e sócios, Fernando Weiss e Adair expandiram sua área de atuação para Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul, marcando um novo capítulo na trajetória da empresa. A operação na cidade completou um ano em 6 de julho, com a circulação diária do 'Jornal A Hora do Sul', e no dia seguinte foi a vez de reinaugurar a Rádio Pelotense, que chegou junto da sede histórica da empresa na região, reunindo jornal, rádio e outros projetos.
Adair destaca que, apesar do cenário desafiador para o jornal impresso, o grupo aposta na força do papel como veículo fundamental para o desenvolvimento cultural e social da comunidade, complementando as plataformas digitais. "A Hora é um conjunto de mídias que se envolve no desenvolvimento regional, entranhado nas cidades onde atua", resume ele.
De acordo com o diretor-executivo, o compromisso com o crescimento local, a ousadia em se posicionar e o genuíno desejo de contribuir para o progresso das pessoas e regiões estão no DNA do Grupo A Hora. E, hoje, ele se firma como um dos mais importantes veículos de comunicação regional, conquistando o público pela identificação com os valores e a realidade da sua audiência.