Brivia: Desbravadora e inquieta

Smartech, que permeia os mais diversos nichos da Comunicação e Tecnologia, tem como premissa estar sempre um passo à frente

Conectar instalações de pesquisas e militares com o Pentágono: assim surgiu a internet, nos Estados Unidos, durante os anos 60. Passadas cerca de quatro décadas, de olho em um movimento de constante mudança e evolução, surgiu a empresa que, futuramente, chamaria-se Brivia. O foco? Acompanhar todo e qualquer novo passo daquela rede que, na época, estava no ápice do Orkut. 

Tudo isto, a partir de uma empresa que nasceu para desenvolver softwares sob encomenda. Contudo, entendeu que lhe faltavam competências para tamanhas demandas, oriundas do constante avanço tecnológico. Assim sendo, foram realizadas parcerias com negócios que tratavam com Design e Comunicação, por exemplo. 

Desta forma, o negócio surgiu da inquietação em uma busca de complementaridade de competências, a fim de entregar uma solução completa. "Em determinado momento, entendemos que não fazia mais sentido juntarmos as empresas por projeto e, logo após, nos separarmos. Precisávamos nos reunir de fato", relata o CEO, Márcio Coelho.

União pelo resultado

Assim, iniciou a união de competências como criação de software, design estratégico, design "puro" e tecnologia ligada a banco de dados. Foi então que as cinco empresas - Casa Interativa, Morph Design, WBD, W Build Orange e WS2 - se tornaram uma só: a Brivia. Contudo, enquanto o nome foi reduzido a um, o quadro societário cresceu (e muito), totalizando 13 profissionais.

Com tamanha ambição, a sede deveria, certamente, estar à altura. Nada melhor do que se instalar no primeiro prédio construído com elevador em Novo Hamburgo. A sala contou com uma decoração inspirada em escritórios do Soho, em Londres. Isso porque a construção era antiga por fora, mas por dentro mais jovem, buscando ter um estilo industrial. Vale ressaltar que, logo no início, começaram operando com todas as marcas, como parte da estratégia, para depois lançarem o nome Brivia - criado ao pensar em uma palavra que remetesse a algo "bravio" e "desbravador".

A estratégia, aliás, não parou por aí. Lançaram-se como a terceira maior empresa do segmento tecnológico, o que acabou rendendo muitos resultados positivos. Com isso, cresceram bastante em volume de negócios e no desenvolvimento de projetos. Embora hoje Porto Alegre seja uma das capitais mais inovadoras, abrigando o South Summit Brazil, nos anos 2000 não era, nem de longe, parecido. Por isso, atuar apenas com contas gaúchas não era uma boa opção. O jeito? Trabalhar para quem acompanhava toda a evolução tecnológica, ou seja, desbravar o pólo financeiro do País, que é São Paulo.

Com o passar do tempo, parar de crescer não era uma opção. Pelo contrário. Caso Brivia estivesse no dicionário, certamente encontraríamos como sinônimo a palavra "crescimento". Isso porque a união das cinco empresas lá no início era apenas o começo de uma série de aquisições. Foi assim que, por ordem cronológica, Dez, 2AC, Heads e Peppery se somaram ao Grupo Brivia - além de uma passagem do GAD. Afinal, com tantas competências, chamá-la apenas de empresa é deixar de dimensionar o quão gigante se tornou.

(Nô)made

Hoje, além da sede em Novo Hamburgo, considerada a matriz, ainda possui mais sete em sólo nacional - Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Joinville, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Em decorrência da abrangência no País, a rotina de muitos do time é o deslocamento diário. Esse é o caso do CMO, Fábio Rios, há três anos na Brivia. Responsável pelo Marketing, ele ainda apoia outros setores, como vendas e processos de fusão e aquisição. Com tamanhas responsabilidade e demandas, acaba se movimentando bastante: uma vez por semana fica no escritório de Porto Alegre, faz viagens semanais para São Paulo - além das viagens para os outros locais de trabalho.

Como "fronteira" é apenas uma palavra para a Brivia, ainda possuem uma nona sede para além do Brasil. Trata-se do escritório de Lisboa, em Portugal. Contudo, ainda assim, os cerca de 600 colaboradores espalham-se pelos mais diversos lugares. Isso porque adotaram o que chamam de "cultura nômade", cuja nomenclatura não está associada somente ao trabalho remoto, mas também em relação a estar em um movimento constante para adquirir conhecimento. "Navegando por outros cenários para adquirir outros conhecimentos", frisa Márcio. 

Além disso, é relacionado à diversidade, porque buscam pessoas de todos os lugares, credos e cores, o que, na visão dos líderes, ajuda a fortalecer as possibilidades de solução. Por fim, ainda há uma brincadeira com o "no made", expressão que, em inglês, pode ser traduzida como "nunca feito" ou "não pronto". "Nunca nos consideramos prontos. A ignorância é uma benção que aprendemos. Por isso, é importante mantermos a cabeça aberta e com o pensamento de aprendizado constante", ressalta o CEO.

Patrícia Reed, Chief Human Capital Officer (CHCO), entrou no grupo em outubro de 2022 para ajudar o grupo com escalabilidade e perspectiva, além de lapidar a área de Recursos Humanos. Residente de São Paulo, relata que contratam pensando menos no currículo e mais em atitude. "É muito importante não ter essas barreiras de local, porque contratamos por características que as pessoas têm e não onde moram." Dessa forma, o modelo de trabalho que antes da pandemia girava em torno 15%, consagra-se hoje com 100% - tornando os escritórios pontos de apoio e encontro. 

Sócia da Dez, Claudia Gonçalves passou a trabalhar na Brivia desde o processo de aquisição da agência de Publicidade. Key account director (diretora de Contas-chave), vive em Porto Alegre, entretanto, possui a carteira inteira provinda de São Paulo. "Temos por natureza sermos nômades e isso não é uma expressão de "legalzisse". Isso está na raiz dos pensamentos, o que contribui com essa maneira plural de mundo que queremos ter cada vez mais", salienta. 

Tal medida é amplamente reconhecida pela equipe. Monique Coutinho, liderança de Mídia há seis anos, atua desde Sorocaba, interior de São Paulo. "Por ser nômade, por poder trabalhar de qualquer lugar do mundo, a Brivia nos proporciona tempo de qualidade com as pessoas que amamos", aponta ela. Todavia, é importante ressaltar que, por ser muitas vezes de casa, a logística não é fácil. Por isso, investiram em softwares e lógica para as pessoas trabalharem em outros países e com os fusos desses países. Afinal, não é só remoto, mas também assíncrono. 

Outra iniciativa relacionada ao nomadismo diz respeito às férias. No projeto, o colaborador pode tê-las em outro país e continuar trabalhando de lá. Contudo, em contrapartida, precisa apresentar um projeto "que beba da fonte da cultura do local".

Entre tribos e chapters

Com o intuito de realizar uma entrega de qualidade aos cerca de 60 clientes da carteira, a Brivia trabalha com o modelo de squads. O intuito é ter alta velocidade para resolver as necessidades e customização, ao mesmo tempo em que há alto nível de especialização. O método ágil é composto por tribos e chapters (capítulos). Enquanto as tribos cuidam dos clientes, os chapters se referem às capacidades e conhecimento, como mídia, criatividade e dados. 

Assim, quando uma marca necessita de uma solução, juntam-se à tribo responsável por aquele cliente, pessoas de determinados chapters que possuem as habilidades para resolver o problema - formando os squads. As tribos são lideradas por diretores-executivos, junto de um gestor criativo e um gestor de Estratégia. Dependendo, também haverá lideranças de outras áreas, como Tecnologia, por exemplo. Atualmente, há cinco tribos e 27 squads compostos por 11 chapters, sendo eles serviço ao cliente, CRM, conteúdo, criatividade, inteligência de dados, design de experiência, mídia, produção, gerenciamento de projetos, estratégia e crescimento e tecnologia. 

Muito mais do que um grupo, a Brivia se posiciona hoje como uma Creative Smartech, oferecendo  mais de 20 serviços que integram três grandes nichos: estratégia, experiência e comunicação. Tudo isso faz parte do BXM, método desenvolvido para "manter um olhar atento e completo da jornada do cliente", cujo ponto central é a orquestração da experiência do consumidor em cada um dos pontos de contato com o negócio.

Com o propósito de manter sempre as pessoas no centro, aprendizado contínuo e com foco na transformação, o método está com todos os olhares de Roberto Ribas voltado a ele. Sócio fundador e Chief Strategy Officer (CSO), o executivo é o responsável pela criação e execução de iniciativas estratégicas corporativas, como é o caso do BXM. "Meu desafio nos últimos anos é conseguir fazer com que a Brivia entregue de forma sistemática, desenvolvendo, materializando e tornando cada vez mais útil o nosso método", aponta. 

"Work hard, have fun and no mi-mi-mi"

Uma grande estrutura, para grandes clientes. Hoje, a carteira da Brivia Group carrega marcas dos mais variados setores. BAT, Banco do Brasil, Dia Brasil, GPA, Grupo Fleury, Grupo Wilson Sons, InterCement, JBS, KPMG, Magalu, Petrobras, Porto Seguro, Suzano, Vibra Energia, Vivo, Whirlpool e Zenvia estão entre eles.  Com isso, o grande propósito, conforme Cláudia, "é fazer das marcas dos clientes as marcas que os clientes delas desejam que elas sejam".

Dessa forma, ela relata que "pegam o cliente pela mão" e desbravam com ele esse mundo, que para ele é muito abstrato no que tange à Comunicação, à Inteligência Artificial e ao CRM, por exemplo. "Mas é importante salientar que a gente trata com pessoas, e a tecnologia é apenas uma ferramenta para conectá-las e gerar engajamento com elas."

Gustavo Merling, desenvolvedor front-end, vive em Joinville (Santa Catarina) e está na empresa há quase seis anos. Ele concorda com Cláudia, ao afirmar que "há um grande sentimento de orgulho pela entrega de lindos projetos e grandes clientes felizes". Moradora da cidade de São Paulo, a gerente de projetos Luara Yoko, há cinco anos na smartech, afirma que trabalhar na Brivia é "participar de grandes projetos, aprender todos os dias, ver e rever amigos, que são os profissionais incríveis com quem eu divido o meu dia a dia".

Cláudia, por sua vez, exalta que teve a vida repaginada. "Sou uma publicitária raiz e me oportunizou olhar para tudo o que eu tinha como legado e adentrar em um universo que foi muito complementar, no sentido de agregar mais conhecimento e conteúdo. Me tornei mais plural no momento em que embarquei na Brivia."

"Tenho muita liberdade no trabalho. De propor, questionar e até mesmo de errar. Isso contribuiu muito para o meu crescimento como profissional": é o que salienta Patrícia. Conforme a profissional, o que chama atenção é "a transparência dos gestores e colaboradores sendo eles mesmos, sem máscaras". 

Quando questionados sobre o que não pode faltar no dia a dia de trabalho, a resposta é unânime: diversão. Inclusive, na sede de Porto Alegre, há uma placa que diz "work hard, have fun and no mi-mi-mi" (trabalhe duro, divirta-se e nada de mi-mi-mi, em tradução livre). De acordo com Rios, não teve um dia durante todo o tempo na Brivia em que não se divertiu.

Com o DNA de resolver problemas dos negócios, Ribas define que a smartech é um produto do seu tempo e evolui conforme o mercado exige. "Somos um ecossistema que integra diferentes competências e tem a capacidade de orquestrar variadas especialidades. Se amanhã precisarmos ter uma nova competência, vamos nos organizar para isso e encontrar com mais antecedência que o mercado está acostumado", aponta ele.

Assim sendo, o CSO resume que o grupo é um desbravador e está sempre tentando adivinhar qual é o próximo passo que vai ajudar as marcas a resolver o negócio. Exatamente por isso, Patrícia sentencia: " A única certeza que eu tenho é que tudo vai mudar o tempo todo. A Brivia tem alta capacidade de se adaptar muito rápido."

Consequentemente, resultado de uma inquietude de fazer mais e melhor e sempre transformar, fruto dessa inconformidade com o que não está bom e por meio de constante movimento, vislumbram para os próximos anos "mais". Mais crescimento. Mais negócios. Mais aquisições. Mais fusões. Muito mais.

 

Autor
Gerente de Conteúdo

Comentários