Tese de doutorado de Marina Mentz sobre Jornalismo e infâncias vira podcast narrativo
Trabalho defendido em 2023, vira conteúdo narrativo com intuito de tornar o tema mais acessível

A jornalista Marina Mentz defendeu tese de doutorado em fevereiro de 2023 e, agora, lança o trabalho em formato de podcast narrativo, intitulado 'Violo, silencio, mas escandalizo: um podcast sobre jornalismo, infâncias e os desafios para a garantia dos direitos das crianças no Brasil'. O objetivo do lançamento, disponível no Spotify, é tornar o conteúdo acadêmico mais acessível.
A doutora analisou mais de 1,2 mil reportagens sobre infâncias e a forma como os conteúdos abordam questões como violência, educação, saúde, nutrição, pobreza e democracia, temas que são os desafios para garantir os direitos das crianças no País. A autora, então, discorre sobre quatro categorias: Infâncias pop e as crianças-sucesso; Masculino, feminino e infantil; Jornalismo culposo: quando não há intenção de informar; e Uma bala perdida que encontra sempre os mesmos endereços.
A pesquisadora disponibilizou o podcast em plataformas de áudio como o Spotify, com o intuito de alcançar mais jornalistas e os alertar sobre o cuidado com coberturas que tratem sobre violência e infância. "Quis levar tudo que escrevi em uma tese para o formato de áudio para que mais pessoas tenham contato com a ciência e com esse tema, para que profissionais da Comunicação possam ter acesso - já que dificilmente as teses escritas chegam até o cotidiano desses comunicadores."
Marina pretende dividir os mais de 500 minutos de conteúdo entre 16 episódios narrativos, com locução, áudios de arquivo, trilha sonora e conteúdos midiáticos ilustrativos. A profissional pesquisa sobre violência contra crianças desde 2010, e explica alguns erros cometidos em coberturas jornalísticas. "Os principais equívocos das reportagens estão nos estereótipos sobre as crianças, nos termos que já caíram em desuso e continuam sendo reproduzidos nos conteúdos jornalísticos e na ideia que um problema que atinge as infâncias só é ruim de verdade quando impacta a realidade dos adultos."