Sindicatos patronais e de jornalistas iniciam negociações da Convenção Coletiva 2025/2026

Primeiro encontro teve como objetivo a apresentação de propostas e pontos de atenção por parte dos jornalistas e das empresas

Sindijors defende um reajuste salarial de 10%, com aumento real, acima da inflação, para compensar as perdas acumuladas desde 2020 - Crédito: Reprodução

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), o Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas no Estado do Rio Grande do Sul (Sindijore) e o Sindicato das Empresas de Rádio e TV do Rio Grande do Sul (Sindirádio) realizaram, na semana passada, a primeira reunião para discutir a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2025/2026. O encontro teve como objetivo a apresentação de propostas e pontos de atenção por parte dos jornalistas e das empresas. 

A minuta da proposta do Sinjors já havia sido enviada previamente aos sindicatos patronais e foi elaborada com base em contribuições da diretoria da entidade, aprovada em assembleia da categoria. Durante a reunião, representantes das empresas citaram os desafios enfrentados pelo setor, como mudanças nas plataformas de distribuição de conteúdo e impactos econômicos recentes. 

Reajuste salarial de 10%

Em resposta, a presidenta do Sindjors, Laura Santos Rocha, apresentou dados para sustentar a proposta da categoria, destacando informações da Receita Federal que indicam mais de 3.600 jornalistas autodeclarados no Estado. Segundo Laura, o sindicato defende um reajuste salarial de 10%, com aumento real, acima da inflação, para compensar as perdas acumuladas desde 2020. Ela também destacou que, apesar dos impactos das enchentes e da pandemia, a atividade jornalística manteve sua produção, e que as empresas do setor receberam incentivos fiscais.

Além da reposição salarial, o Sindjors tem enfatizado questões como a sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções, crescimento da informalidade e a prática de contratação via pessoa jurídica. A proposta também inclui a valorização de licenças-maternidade e paternidade, combate à precarização e a defesa da exigência do diploma para exercício da profissão.

Nova rodada de negociações

As entidades patronais não apresentaram contraproposta financeira durante a reunião, optando por iniciar a negociação pelas cláusulas sociais. De acordo com o SindJoRS, o avanço nas discussões sobre essas cláusulas foi recebido com expectativa positiva pela entidade.

Uma nova rodada de negociação está prevista para esta semana. O Sindjors propôs que os encontros ocorram semanalmente para agilizar a conclusão da nova convenção. A CCT 2024/2025 permanece válida até a assinatura do novo acordo, e a entidade reforça que os valores retroativos à data-base, em 1º de junho, serão garantidos. Para ampliar o diálogo com a categoria, o sindicato realizará visitas às redações e reuniões virtuais explicando os termos da proposta.

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