Plataformas como Instagram, TikTok e YouTube já ultrapassaram os meios tradicionais como principais fontes de informação para grande parte da população. É o que aponta o Digital News Report 2025, estudo global do Instituto Reuters para o Jornalismo, ligado à Universidade de Oxford. A pesquisa mostra que essas redes dominam a atenção de uma geração hiperconectada e imediatista.
No entanto, o volume de acessos e a velocidade na disseminação de conteúdos não garantem qualidade nem confiabilidade. Especialistas destacam: ser popular não significa ser confiável.
Para Jennifer de Paula, mestre em Marketing e Negócios Interativos e diretora da IMF Press Global, as redes sociais são ferramentas poderosas de divulgação, mas ainda não substituem o papel estruturante da mídia profissional. "As redes ampliam o alcance das mensagens, mas a credibilidade continua sendo um diferencial da imprensa. Ignorar essa combinação é abrir mão de relevância e confiança", afirma.
Desafios da era digital
Nos últimos anos, as redes sociais democratizaram a produção de conteúdo, mas também facilitaram a disseminação de desinformação. A credibilidade, construída por décadas por veículos como rádio, TV e jornal, ainda é frágil em ambientes onde conteúdos virais muitas vezes não passam por verificação.
Esse contexto levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a definir uma tese sobre a responsabilidade das plataformas digitais por conteúdos criminosos. A decisão estabelece que redes sociais podem ser responsabilizadas se não agirem com rapidez após a notificação de publicações ilícitas.
Para Jennifer, essa medida reforça a importância de cautela na comunicação digital: "As redes oferecem agilidade, mas também expõem marcas e profissionais a riscos. Estratégia e monitoramento são fundamentais na criação e gestão de conteúdo", alerta.
Segundo a especialista, uma comunicação digital eficaz depende de uma abordagem integrada, que una a agilidade das redes sociais à credibilidade da mídia tradicional. "Campanhas que mesclam presença digital com inserções em rádio, TV, portais e revistas alcançam resultados mais consistentes. As redes são canais essenciais, mas o pilar da confiança ainda está na imprensa profissional", conclui.