Uma rede de jornalistas vinculados a veículos de notícias de todo o Brasil iniciou um movimento para defender o direito à informação para as comunidades brasileiras. Com a apresentação 'Manifesto em Defesa dos Oásis de Notícias', a iniciativa tem como objetivo chamar atenção à crise provocada pelos chamados desertos de notícias no território nacional. Isso inclui regiões onde a ausência de jornalismo local compromete o acesso à informação e, por consequência, a qualidade da democracia.
Os desertos de notícias são municípios sem a presença de veículos de Comunicação locais que possam oferecer cobertura jornalística regular. De acordo com o Atlas da Notícia, produzido pelo Instituto pelo Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), cerca de 2.707 dos 5.568 municípios brasileiros se enquadram nessa categoria. Nesses locais, a população é privada do direito à informação, dada como um problema que gera impactos diretos na cidadania e na capacidade dos cidadãos de participar plenamente da vida democrática.
Em meio a este cenário, emergem o que o movimento classifica como Oásis de Notícias, pequenos e médios veículos de Comunicação que atuam de forma independente, levando informação confiável e relevante a essas regiões. Segundo o mesmo Atlas da Notícia, em 2023, o Brasil contava com 5.245 veículos digitais e 4.836 rádios dedicados à produção de notícias, representando 70% dos veículos mapeados.
Articulação do Movimento
De 19 a 23 de agosto de 2024, representantes de organizações de notícias de todas as regiões do Brasil estiveram em Brasília, com o objetivo de afirmar para o País e aos representantes dos poderes federais o impacto do setor, demonstrar a capacidade de articulação e relevância. Em um evento organizado pela startup de mídia Alright, mais de 3.000 espectadores (entre as atividades presenciais e online) reafirmaram a força do jornalismo local brasileiro. A Alright tem uma rede de veículos de notícias, que reúne mais de 450 veículos de jornalismo local no Brasil.
Articulado em rede e com apoio de entidades representativas como Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), o movimento defende outra pauta central para a sociedade contemporânea que é o combate à desinformação.
Distribuição de verbas públicas
Um dos principais pontos levantados pelo manifesto é a necessidade de uma distribuição mais justa e técnica das verbas públicas de mídia. Apesar da ampla cobertura e do profundo conhecimento das realidades locais, os veículos regionais frequentemente enfrentam dificuldades para acessar esses recursos, que são fundamentais para sua sobrevivência e continuidade de suas atividades. Para saber mais informações sobre o abaixo assinado, assim como fazer parte do projeto, basta acessar este link.
