Os modelos de pele não branca, na publicidade brasileira, representam 17% das participações. Isso é o que aponta uma pesquisa do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), divulgada nesta segunda-feira, 15. O núcleo de estudos analisou 817 diferentes anúncios veiculados na revista Veja, entre 2018 e 2023, o que constatou que a representação de sujeitos brancos chega a 83% dos casos.
Entre os 17%, a maior presença é a de negros e pardos. Já a participação de indígenas e pessoas de cor amarela soma 2% do total. Em termos de gênero, para indivíduos brancos, os homens aparecem em 44% dos casos e as mulheres, 39%, associadas, na maior parte, a anúncios como acessórios, jóias e cosméticos. Os homens, por sua vez, costumam aparecer mais em campanhas de automóveis e de alimentos.
O levantamento aponta, ainda, uma tendência ao aumento da presença de pessoas não brancas nos anúncios, principalmente a partir de 2020, como repercussão do assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, elas costumam aparecer com mais frequência em campanhas relacionadas à responsabilidade social ou de diversidade.