Mercado de trabalho formal para jornalistas no Brasil encolheu 21% em nove anos, conforme pesquisa encomendada pela Fenaj

Em 2013, categoria registrou 60.899 empregos celetistas e baixou para 47.900 postos com carteira assinada em 2021

Pesquisa teve como base os dados da Relação Anual de Informações Sociais e do Ministério do Trabalho e Emprego - Crédito: Banco de Imagens/Canva

Um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudo Socioeconômicos (Dieese) para a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) mostrou que o mercado de trabalho formal para jornalistas no Brasil encolheu 21,3% em nove anos. Em 2013, a categoria registrou 60.899 empregos celetistas e baixou para 47.900 postos com carteira assinada em 2021, evidenciando uma perda de 12.999 vagas. A pesquisa teve como base os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Segundo o Dieese, 2013 foi o auge do emprego formal para a categoria. Mesmo com um crescimento de 7,7% comparado a 2020, o mercado de trabalho dos jornalistas brasileiros ainda não alcançou plenamente o nível de empregabilidade formal pré-pandemia de Covid-19. Para Samira de Castro, presidente da Fenaj, o estudo confirma que a desoneração de contribuições previdenciárias da folha de pagamentos não contribuiu para gerar novos empregos ou mesmo manter os postos formais no setor de Comunicação. "Nota-se claramente um aumento dos empregos em 2013, segundo ano após a implantação da medida, mas é uma situação que não se mantém ao longo da série histórica", afirma.

Samira acrescenta que há um visível enxugamento dos empregos com carteira assinada, sobretudo nos veículos jornalísticos tradicionais. "Esse fenômeno se dá tanto pela chamada integração das redações quanto, a partir de 2018, pelos impactos da contrarreforma trabalhista", explica.

Principais quedas

Segundo o estudo, dos 47,9 mil trabalhadores da área, a maior parte estava empregada formalmente nas ocupações/funções de jornalista, com 21%. Seguido por assessor de imprensa, com 20% (9.474 empregos). Em seguida, editor com 17%, repórter com 10%, revisor de texto 7% e repórter de rádio e televisão com 5%.

Em relação a 2013, praticamente todas as funções apresentaram queda no número de trabalhadores, exceto: editor de mídia eletrônica que teve crescimento de 61,1%. As principais perdas ficaram na conta de editor de revista (62,5%), repórter fotográfico (60,5%), editor de texto e imagem (57,4%), arquivista pesquisador (56,9%) e editor de jornal (50%).

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