Justiça do Trabalho faz a mediação da negociação do Sindjors com patronais

Após solicitação, audiência entre entidades será realizada em 21 de setembro

Mediação foi solicitada pelo Sindjors - Crédito: Banco de Imagens/Canva

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região marcou para 21 de setembro uma audiência para mediar as negociações relativas à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2023/2024. O encontro foi solicitado à Justiça do Trabalho em 11 de agosto pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), após, de acordo com a entidade, as patronais recuarem em pautas sociais previamente acertadas.

Segundo o Sindjors, em quatro reuniões foram debatidos temas acerca de assuntos considerados caros à categoria pela instituição, como a inclusão de capítulos sobre saúde mental, qualidade de vida e direitos das mulheres na CCT, a partir da aplicação da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). No entanto, após chegarem a um acordo sobre os temas, dias depois, os representantes dos sindicatos patronais teriam voltado atrás. 

Outro ponto que motivou a ida à justiça foi em relação à proposta de reajuste salarial, que contemplava a integralidade do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - 3,74% - mais aumento real, o que totalizava 6% de correção linear para toda a categoria em parcela única. Após as mesas de negociação, as patronais chegaram à oferta final de pagamento do INPC em duas prestações. Depois do impasse, uma reunião entre a diretoria do Sindjors decidiu pelo acionamento do judiciário.

A presidente do Sindicato dos Jornalistas, Laura Santos Rocha, argumenta que, diante da falta de acordo, "não restaram alternativas que não solicitar à Justiça do Trabalho a mediação para tentar chegar a um bom termo". "Nos sentimos desrespeitados desde o primeiro encontro, onde ficou nítido que nossa minuta, elaborada durante meses, sequer havia sido lida. Ver negados direitos sociais que não impactariam financeiramente também foi dolorido", lamenta. Além disso, a dirigente considera o declínio das propostas por parte dos representantes patronais, uma desvalorização "a todos nós, não somente à força de trabalho das empresas de Comunicação".

O Sindjors ainda comunica que não pretende recuar das proposições relativas à reposição integral da inflação para todas as faixas salariais, a inclusão das cláusulas sociais da mulher e de saúde do trabalhador baseadas na Convenção 190 da OIT. Além disso, o resultado da mediação será levado à discussão a partir de uma assembleia geral.

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