Fotógrafo assassinado: júri de ré é marcado para dezembro

Paula Rodrigues é acusada de participação na morte do profissional, em 2015

01/11/2023 13:00 / Atualizado em 01/11/2023 11:54
Fotógrafo assassinado: júri de ré é marcado para dezembro /Crédito: Divulgação/Polícia Civil

Após oito anos, Paula Caroline Ferreira Rodrigues irá a julgamento pelo assassinato do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, 22 anos à época, em Canoas. O júri está marcado para 15 de dezembro, às 9h30, na cidade onde o crime ocorreu. De acordo com a investigação, a mulher teria atraído o profissional para a Praia do Paquetá, onde seu companheiro, Juliano Biron da Silva, matou o jovem.

Ela, que respondia em liberdade, deveria ter sido julgada em 2020, junto com Juliano, no entanto, por orientação da defesa, alegou problemas de saúde e não compareceu à corte. Desde então, conseguiu adiar o julgamento com atestados médicos. Porém, em 23 de outubro, foi presa enquanto realizada uma consulta em uma clínica na Avenida Osvaldo Aranha, no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, após ter um mandado de prisão expedido em setembro. 

Após a captura, a defesa de Paula tentou obter sua liberdade ou o direito à prisão domiciliar, uma vez que está grávida. Ambos os pedidos foram negados pela juíza Geovanna Rosa, que justificou a opção por considerar que "a conduta da ré permite cogitar que pretende se furtar à aplicação da lei penal". O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) também se manifestou contrário às solicitações dos advogados da ré.

Outro ponto levantado pela magistrada é que, embora Paula sofra de hipertensão arterial crônica, encontra-se com a pressão dentro da normalidade com o uso de medicação e com a gestação em evolução normal até o momento. A juíza também afirmou que possíveis intercorrências de saúde poderiam ser atendidas pelo estabelecimento prisional, que possui enfermaria e, em caso de necessidade, ela seria levada ao atendimento médico.

O crime

O corpo do jovem foi encontrado na manhã de 28 de julho de 2015, na Praia do Paquetá, em Canoas. De acordo com a acusação, na noite anterior, Paula o encontrou, após terem combinado de se ver por meio de uma rede social. Ainda segundo a denúncia do MPRS, quando José entrou no carro da mulher, Juliano o calçou, já armado, no banco de trás. A vítima, então, foi levada até o local do crime, onde foi executado com 19 tiros. 

No julgamento, Juliano negou ter matado José e alegou que Paula teria cometido o crime como uma prova de amor. O preso também afirmou que não teve nenhum envolvimento no caso e que na época tinha rompido o relacionamento de seis anos com a ré, pois ela insistia para que ele terminasse o casamento.

Juliano ainda narrou que na noite do crime estava no apartamento de Paula e disse que ela chegou ao local chorando e confessou o ocorrido. Ele, então, afirmou que seguiu até Santa Catarina com a ré, onde a deixou na casa de um familiar. Em janeiro de 2016, ela foi presa, mas passou a responder em liberdade em outubro de 2018.

Segunda a investigação, o crime teria sido motivado por ciúmes. Paula, na época, tinha um relacionamento extraconjugal com Juliano, apontado como integrante de uma facção criminosa. A então esposa de Juliano teria um caso com José, o que levou ao assassinato. Com isso, Paula atraiu o fotógrafo para um encontro falso, com o objetivo de matá-lo.