Estudo aponta que campanhas de descrédito à imprensa são permanentes e orquestradas

Conclusão foi feita a partir da pesquisa do Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Conclusão foi apresentada em seminário da Abert - Banco de imagens/Canva

De acordo com uma pesquisa do Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociais (NetLab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) as campanhas de descrédito à imprensa são permanentes e orquestradas. A conclusão foi apresentada pelos professores Rose Marie Santini e Márcio Borges durante o primeiro 'Seminário sobre os desafios e ações na era digital', promovido pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e pela Associação Internacional de Radiodifusão (AIR).

Segundo os docentes, as campanhas contra a imprensa são uma "verdadeira máquina de desinformação" que gera receita e, por isso, é autossustentável e opera como "business". Além disso, eles apontaram que o negócio é financiado em parte por políticos e por uma cadeia que envolve a atuação de sites extremistas e perfis falsos automatizados. Essa configuração se aproveita das características dos algoritmos de recomendação - que priorizam alta audiência e engajamento - para manipular as redes sociais e dar "falsa relevância" aos temas de interesse dos patrocinadores de mentiras. A rede desinformativa se completa por meio dos aplicativos de mensagens.

"Não se cria campanhas todos os dias, elas perduram no tempo porque a repetição vai criando uma um viés de confirmação", pontua Rose Marie. Ainda segundo a docente, o estudo levanta a hipótese de que em 2021 houve uma preparação que permitiu a intensificação da desinformação nas eleições gerais de 2022.

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