1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Sou Taís Dal Ri, jornalista de formação, especialista em Marketing Político, Gestão de Mídia Digital e Neurociência do Consumo. Gaúcha com 25 anos de experiência profissional e sempre em busca de conhecimento e novos desafios. Iniciei a carreira na TV como repórter e apresentadora, mas há 15 anos, pelas mãos do meu mestre Marcos Martinelli, atuo na Comunicação Política. 

Hoje, sou estrategista, em um campo ainda majoritariamente liderado por homens. Acredito que a presença feminina seja fundamental para promover mudanças significativas e representar as necessidades e perspectivas das mulheres. Estou orgulhosa de fazer parte dessa jornada e contribuir para um futuro mais inclusivo e equitativo. Meu histórico inclui eleger governadores, prefeitos e o atual presidente Angolano, eleito em 2022. 

2 - Na última eleição, você atuou como coordenadora de campanhas de candidatos de diversos estados e muitos deles saíram vitoriosos no pleito. Quais foram os maiores desafios que você enfrentou coordenando campanhas?

Ao liderar campanhas políticas, os desafios são variados e complexos. O maior deles talvez seja adaptar a Comunicação para atingir diferentes públicos de forma clara e convincente. Em uma campanha, é essencial transmitir as mensagens de maneira que elas cheguem a cada grupo de forma direta e compreensível, respeitando as peculiaridades culturais, sociais e econômicas de cada um.

Outro grande desafio é a gestão de equipes e a coordenação de todas as atividades, que precisam estar alinhadas a uma visão e um propósito comuns. Isso envolve desde a criação de conteúdo até a organização de eventos e o gerenciamento de crises, que podem surgir a qualquer momento.

Além disso, o ambiente digital exige uma atenção constante, especialmente no combate às fake news, que, infelizmente, se tornaram comuns e podem afetar a imagem do candidato de forma negativa. Liderar a Comunicação de campanhas políticas é um processo que exige habilidades de planejamento. 

Nas eleições deste ano enfrentamos, de forma bem peculiar, a diversidade regional. Lidamos com comportamentos de eleitores distintos em estados diferentes, o que exigiu estratégias personalizadas para cada local. 

Por fim, o mais desafiador foi lidar com a violência política de gênero, com uma de nossas clientes do Amazonas. Ela enfrentou situações pesadas, extremamente abusivas, organizadas por seu adversário. Algo assustador, que eu nunca tinha visto. Todos esses desafios exigiram criatividade, flexibilidade e capacidade de análise rápida para superá-los e alcançar o sucesso.

3 - Você fundou, junto com o jornalista Júlio Lemos, a agência de Marketing RêsPública. O que te fez investir nesse negócio?

Fundamos a RêsPública por uma combinação de motivos. Em primeiro lugar, acredito no nosso potencial para fazer a diferença no cenário político. Com mais de duas décadas de experiência em Comunicação, especialmente em Comunicação política, temos maturidade para oferecer soluções de Comunicação Política eficazes, ajudando políticos a se conectarem com seus eleitores de forma mais autêntica e eficaz.

Além disso, nosso gosto pela política e paixão por liderar processos inovadores foram fundamentais para essa decisão. A parceria com o Júlio Lemos, um profissional talentoso e completo, com quem compartilho perspectivas semelhantes, foi o catalisador para transformar essa visão em realidade.

4 - Enquanto era estudante de Jornalismo, você teve alguma experiência que te fez querer cultivar uma carreira como empreendedora?

Na minha época de faculdade, formei-me no início dos anos 2000, não havia um ambiente que incentivasse o empreendedorismo como hoje. Nossa formação era focada em trabalhar para grandes empresas da mídia tradicional, não havia essa democratização que as redes sociais trouxeram. Além disso, a profissionalização da Comunicação Política é recente.

No entanto, com o passar do tempo, surgiu em mim a vontade de empreender. Foi um caminho desafiador, mas de grande aprendizado e recompensas. Acredito que essa jornada tenha me preparado para os desafios do empreendedorismo, que exige uma combinação de conhecimentos em Jornalismo, Marketing, Relações Públicas e Publicidade.

Hoje, vejo o empreendedorismo na Comunicação como um mundo de oportunidades, onde podemos aplicar a experiência e conhecimento para fazer a diferença. E é incrível como as plataformas de redes sociais democratizaram essas possibilidades, permitindo que mais pessoas tenham voz e sejam ouvidas.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Daqui a cinco anos, eu vejo a nossa empresa, a Rês Pública Digital, cada vez mais, como uma referência no Brasil, expandindo serviços para clientes e regiões. Queremos seguir ajudando políticos, governantes a se comunicarem de forma eficaz com a população, participar das eleições de forma sistemática.

Também desenvolver soluções inovadoras para a comunicação pública, utilizando Tecnologia e dados para melhorar a eficiência. Além disso, ter a oportunidade de repassar conhecimento para novas gerações de profissionais de Comunicação, por meio de cursos, workshops e mentorias.