1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?
Nádia Martins, sou natural de São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, e tenho 27 anos. Sou a filha mais velha de cinco irmãos (na verdade, três minutos mais velha, porque tenho uma irmã gêmea, a Nadine Martins), somos quatro gurias e um guri. Eu e a Nadine fomos criadas pela avó materna que chamo de mãe. A dona Irahy, que fará 83 anos em fevereiro, foi mãe, pai, vó, e ainda é o pilar que sustenta a nossa família. É uma mulher forte, sorridente, inteligente e sarcástica. E embora tenha estudado até a quinta série, sempre nos apoiou nos estudos. Ela dizia: ?não tenho nada para deixar para vocês, então estudem?, e foi o que fizemos. Sou formada em Magistério pelo Colégio Estadual São Borja (Cesb) - a última turma que alfabetizei foi em 2014 -, e em Jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa).
Hoje, sou jornalista e apresentadora do Canal Rural em São Paulo, mas atuei por quase três anos na imprensa gaúcha. Tive passagens pela redação da RDC TV, em 2021, fiz a produção do programa 'Cruzando as Conversas'. Após, fui contratada como repórter da rádio Acústica. Em novembro de 2021, iniciei um freela para a rádio Gaúcha, depois fiz os textos para uma campanha política. Logo fui convidada para integrar a equipe da assessoria da prefeitura de Canoas, depois fiz meu primeiro freela televisivo para a Band TV-RS e, antes de ingressar no Canal Rural, integrei o time de repórteres da rádio Guaíba.
2 -Por que escolheu o Jornalismo?
Aconteceu tudo de forma muito natural: desde pequena, brincava de apresentar a previsão do tempo, fazer vídeos no campo e imitava os locutores de rádio. Lembro também que meu tio levava vários jornais para a casa para queimar no fogão a lenha, mas, antes, eu queria ler todos. É até engraçado lembrar dessa cena: eu e ele, em frente ao fogão a lenha, com as folhas de jornal; ele puxando e querendo queimar, e eu pedindo para ele esperar eu terminar de ler. Acredito que a paixão pela Literatura foi o fio condutor para que eu escolhesse essa profissão, tão dinâmica e essencial para a liberdade de expressão e democratização das informações. Os livros têm um significado muito forte para mim. Disputava o jornal com o fogão a lenha porque não tinha muitos livros em casa - infelizmente a Literatura não é tão acessível quanto deveria ser. Depois, quando pude ampliar o contato com os livros, eles passaram a ser parte essencial da minha vida, de quem sou. Foram os livros que me trouxeram até aqui. Hoje, além de serem a companhia permanente que tornaram-se, ainda ajudam a amenizar a saudade da minha família. São amigos a qualquer hora.
3 - Você está no Canal Rural em São Paulo há cerca de cinco meses. Como está sendo essa trajetória até aqui?
Isso mesmo, iniciei no Canal Rural em 14 de agosto do ano passado. Tem sido um desafio gostoso aprender sobre o Agronegócio, raças bovinas, raças de ovinos, cavalos, e sobre a economia e a tecnologia por trás do dia a dia da pecuária. A cada entrevista com os criadores, aprendo algo novo e conheço a história por trás dos projetos desenvolvidos nos criatórios. Aprender, na prática, sobre um dos setores que movem o nosso País é um privilégio e sou muito grata pela aposta e oportunidade da emissora no meu trabalho.
4 - Também, como é para ti atuar em um veículo que tem um público segmentado e que fala de um assunto tão importante, como o Agronegócio?
Eu gosto de ser desafiada e sair da zona de conforto, porque toda vez que eu passo por processos que exigem mais de mim, eu cresço e desenvolvo habilidades que desconhecia. Também houve uma receptividade muito bacana do público, os produtores e criadores foram muito acolhedores e dispostos a tirar minhas dúvidas. Nas redes sociais, recebo mensagens de carinho e apoio profissional. Isso faz a diferença para nós, jornalistas, que temos a missão de dar voz e democratizar informações, que fazem parte do dia a dia e do legado de cada um deles. O Agronegócio move esse País. É uma cadeia imensa, que começa no campo e passa pela tecnologia, empreendedorismo, ciência, biotecnologia, genética, comércio internacional, manejo, investimentos contínuos. São ciclos longos de produção, que exigem muita resiliência de quem escolhe dar a vida pelo setor até chegar na mesa dos consumidores. É uma honra dar voz e rosto para esse setor, que impacta todos nós.
5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?
Meu futuro é resultado daquilo que construo diariamente, das escolhas e energia que emprego no que me proponho a fazer. Espero continuar colhendo os frutos do meu trabalho e contribuir, cada vez mais, com informações didáticas e acessíveis, além de ter o meu primeiro livro de poesias publicado e realizar sonhos compartilhados com a minha família.