1- Quem é você, de onde vem e o que faz?
Meu nome é Eliana Ferrari Dutra, nasci em Porto Alegre, na tarde quente do dia 16 de janeiro de 1961. Sou jornalista, professora de História e aposentada da Rede Municipal de Ensino (RME), de Porto Alegre.
Com 10 dias de vida fui apresentada ao mar. Meus pais tinham uma casa no Litoral Norte, praia de Cidreira. Foi amor à primeira vista. Nunca mais nos separamos. Carrego o mar em mim, o movimento das ondas, o silêncio, esse som tão necessário em tempos apressados demais. O mar, para mim, é uma oração. Gosto de viajar, conhecer outras culturas, povos, histórias. Meu tempo eu vou inventando, colorindo, junto à minha família e amigos. Estamos de passagem e não sairemos ilesos. Precisamos dividir amor, afeto e abraços, e lutar por um mundo justo para todos, sem guerras, sem atrocidades.
2 - Dentro das suas experiências no Jornalismo, quais acredita que foram de mais destaque?
Formei-me em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), em 1986. Em seguida, comecei a trabalhar no Jornal Diário do Sul, coordenado pelo querido e generoso Helio Gama. Foi um projeto lindo e desafiador para mim, sem experiência nenhuma. Convivi com jornalistas talentosos, tentei aprender. Foi, sem dúvida, a melhor escola que eu poderia ter tido, a mais rica, a mais bonita, porque o Diário do Sul, para mim, foi muito mais que um veículo impresso, que mais tarde poderia vir a fazer parte de um currículo ou não. Sou muito grata por ter tido essa oportunidade.
Também destaco o trabalho na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Porto Alegre, onde permaneci durante 12 anos consecutivos. Outra experiência riquíssima, gratificante e sem igual. Os governos da administração popular deram um colorido à capital, a cidade esbanjava vida, projetos inovadores. Sempre destaco o sistema de mutirões, dentro da política habitacional. Fomos referência com o 'Fórum Social Mundial'. Guardo com muito carinho e orgulho aquele período.
Também trabalhei na Zero Hora, aqui em Porto Alegre, e no Jornal de Santa Catarina, em Blumenau e Florianópolis, outras experiências interessantes.
3 - Recentemente, você lançou um livro de poesias. Como foi para você escrever a primeira obra?
Sempre li e escrevi poesia. Gosto dessa narrativa, pois é intensa e carregada de emoção. Em 2023, decidi organizar meus poemas em um livro. Já escrevia alguns versos no final dos anos 1970, mas a partir de 2019, eles nasceram em uma velocidade significativa. Foram tempos difíceis e tristes, com muitas perdas de pessoas, de sentimentos e de espaços. Até a conclusão, foi pouco mais de um ano. Curti cada etapa desse processo, adorei o resultado. É um livro feito com muita responsabilidade e muita paixão, com edição linda e impecável da Carta Editora e da gráfica Odisseia.
4 - Por que e quando começou a escrita de poesias?
Iniciou lá no final dos anos 1970. Gostava de escrever o que sentia, como eu me via, minhas dores e todas as alegrias. O livro 'Tudo o que não cabe' tem umas três poesias que eu trouxe dos anos 1990 e todas as outras são recentes, de 2019 para cá.
5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?
Seguir inventando novos projetos, iniciando outras atividades. O importante é não parar, é permitir novos sonhos, arriscar, criar, seguir amando, recomeçando, todos os dias um pouco mais.