Casal de jornalistas cobre o Festival de Cinema há mais de 30 anos

Maria do Rosário Caetano e Luiz Zanin Oricchio se conheceram em Gramado, na cobertura de 1992

Para os jornalistas Maria do Rosário Caetano e Luiz Zanin Oricchio, o Festival de Cinema de Gramado rendeu mais do que coberturas memoráveis - Crédito: Reprodução

Para os jornalistas Maria do Rosário Caetano e Luiz Zanin Oricchio, o Festival de Cinema de Gramado rendeu mais do que coberturas memoráveis: um casamento que dura 32 anos. O paulistano fez sua estreia no evento cultural em 1992, atuando pelo Estadão, quando começou seu relacionamento com a mineira, que já cobria desde 1979 - na ocasião, pelo Jornal de Brasília. "Temos uma relação muito carinhosa com Gramado, claro, por razões afetivas, mas também pela grandeza do festival", comentou Maria do Rosário, em entrevista ao Coletiva.net.

Ela, que nesse ano moderou a coletiva de imprensa do cineasta Jorge Furtado, enalteceu a quantidade de atividades, as competições e os debates referentes aos filmes concorrentes. "Frequentamos praticamente todos. Além da imprensa, Gramado tem um público cinéfilo muito fiel", pontuou Maria do Rosário, que já escutou de algumas pessoas que os jornalistas mais experientes ajudam o público a entender melhor as produções apresentadas de forma inédita. "Essa é uma característica muito marcante de Gramado: o prestígio e participação da comunidade, visitante ou não, nesses encontros com as equipes técnicas e artísticas das produções."

A jornalista comentou ainda sobre a relação afetiva com a cidade que, na sua opinião é linda, com uma rede de restaurantes maravilhosa e uma série de atrações. "Claro que não aproveitamos tanto assim, pois o festival oferece muita atividade, filmes para assistir e debates para participar e, por isso, muito texto para escrever", ponderou, ressaltando que o evento mora no coração do casal, seja por questões amorosas, sejam cinematográficas, já que ambos cobrem a área cultura. Lembrou ainda que, junto do marido e dos amigos Carlos Eduardo Lourenço Jorge e Luiz Carlos Merten, eles brincam que são "os decanos, a velha guarda da cobertura, que vem todo ano a Gramado"

Impressões atuais

Com tanta experiência na bagagem, Maria do Rosário salientou a importância do festival reunir o que chama de "outros brasis", ou seja, pessoas de regiões mais desconhecidas do País. Para explicar o ponto de vista, lembrou que há dois anos, Tocantins trouxe uma delegação muito grande de turistas e da equipe do filme 'O barulho da noite'. Neste ano, além de ter uma produção de Goiás com um grupo significativo, o destaque ficou com o Rio Grande do Norte, que mandou uma delegação grande de um pequeno povoado pesqueiro do litoral potiguar, para acompanhar a sessão do filme 'Filhos do Mangue'.

"A gente nota que essas pessoas de outras regiões do Brasil têm muita curiosidade em conhecer a cidade, até pelas temperaturas frias daqui", comentou. E disse mais: "Gramado e o seu tapete vermelho estão se transformando num espaço especial de atração desses 'outros brasis'. Acho isso muito importante, enriquecedor". Na visão dela, pessoas que conseguem vir com incentivo local e doações das suas regiões passam pelo tapete vermelho como um "sonho hollywoodiano", ainda que seja por apenas uma noite. "Um sonho que só o cinema permite aqui em Gramado."


A equipe de Coletiva.net acompanha o 52º Festival de Cinema de Gramado, realizado de 09 a 19 de agosto, na Serra Gaúcha. Nessa edição, o apoio é da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que enviou quatro estudantes de Jornalismo, Produção Audiovisual e Publicidade para reforçar a cobertura. O público pode conferir matérias e entrevistas exclusivas sobre o evento no portal, repercutidas nas redes sociais - Facebook e Instagram -, além de drops em Coletiva.rádio. Além disso, haverá conteúdos produzidos especialmente para a Coletiva.tv.

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