Com o intuito de ajudar organizações de mídia a atrair e manter financiadores, a Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e a Repórter Brasil produziram o 'Guia básico de financiamento do jornalismo digital brasileiro'. O documento pode ser acessado gratuitamente no site da entidade representativa do setor e traz também um mapeamento de potenciais investidores filantrópicos.

Para realizar a pesquisa, a jornalista Natalia Silva ouviu sete pessoas, entre profissionais que gerenciam programas de incentivo de projetos jornalísticos e fundadores de startups de mídia. Dessa forma, ela reuniu informações de como encontrar apoiadores para um novo produto ou mesmo diversificar as fontes de receita de um veículo.

Conforme a diretora-executiva da Ajor, Maia Gonçalves Fortes, a organização tem trabalhado para gerar oportunidades que façam com que suas associadas e outras empresas no Brasil encontrem caminhos para a sustentabilidade econômica. "A existência de um jornalismo digital forte, inovador e independente, que atue em diferentes nichos e regiões, é fundamental para a pluralidade do ecossistema informativo no País e para o fortalecimento da democracia brasileira", afirma 

Foco nas doações

O estudo se concentra em doações feitas por organizações filantrópicas por meio de editais. Nesse tipo de contribuição, os veículos devem apresentar projetos, normalmente com prazo, valor e formato determinados. Além das dicas de especialistas, institutos, fundações e ONGs, a publicação apresenta 38 organizações com potencial para financiar projetos brasileiros de Jornalismo. As instituições estão separadas por temas de interesse, como meio ambiente, direitos humanos e equidade de gênero.

Com o intuito de direcionar de modo didático a formulação de um planejamento, o guia está dividido em sete tópicos: 'Noções iniciais'; 'Dando match: como encontrar o financiador ideal?'; 'Quem são eles e onde estão?'; e 'O que fazer antes de procurar financiadores: preparação e planejamento'. Os capítulos 'Os caminhos até o financiamento'; 'Vendendo o peixe: como apresentar bem o seu projeto para um potencial financiador'; e 'Um parceiro, não um banco: como manter uma boa relação com o financiador' completam a obra.

Ana Magalhães, editora-chefe da Repórter Brasil, explica que entender as particularidades da relação com financiadores foi essencial para a instituição amadurecer a estratégia de financiamento e conseguir novas parcerias. "Quando estudamos a fundo as características de um possível apoiador, conseguimos propor projetos que realmente fazem sentido para a nossa linha editorial e para a missão da instituição e, assim, otimizamos o tempo de ambos os lados. Esperamos que o guia ajude outras organizações de Jornalismo nesta direção."