Um relacionamento fora do que é idealizado para um jovem casal

Por Mariana Mentz

02/08/2024 15:30
Um relacionamento fora do que é idealizado para um jovem casal

Um filme que tem Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway nos papéis principais com certeza tem minha audiência. "O Amor e Outras Drogas", lançado em 2010, aborda a relação entre o amor e a indústria farmacêutica. Ali temos Jamie, um vendedor de medicamentos, e Maggie, uma jovem com Parkinson. É por meio da personagem dele que vemos o lado agressivo da indústria, já que, inicialmente, está focado apenas em vender medicamentos e ganhar muito dinheiro.

Gosto muito da forma como o filme mostra a introdução do Viagra no mercado, um marco real que revolucionou a indústria farmacêutica nos anos 1990. Já a personagem de Anne Hathaway, ao fazer Maggie Murdock, dá uma camada de confronto pra essa lógica. O relacionamento dos dois protagonistas serve como pano de fundo para discussões sobre a ética na medicina e a influência do poder financeiro nas decisões de saúde. Nesse filme vemos, mais uma vez, a versatilidade da atriz, que ali interpreta uma personagem com uma doença debilitante. O filme, apesar de ser uma comédia romântica, dá reflexões sobre os limites da ética nos negócios e a mercantilização da saúde, e o amor, claro!

O filme foi baseado no livro "Hard Sell: The Evolution of a Viagra Salesman", escrito por Jamie Reidy, um ex-representante de vendas da Pfizer. Ele foi adaptado pro cinema com uma abordagem que mistura romance e crítica social.

Apesar do tom leve e do romance central, "O Amor e Outras Drogas", de fato, dá ao espectador a possibilidade de reflexão sobre o papel das grandes corporações na saúde, os desafios éticos enfrentados por aqueles que trabalham nesse setor, e a perspectiva de um relacionamento fora do que é idealizado para um jovem casal.