Não foi ainda nessa semana que o tema das enchentes no Rio Grande do Sul saiu das manchetes da mídia.
Mesmo assim, ele agora está entremeado pelas discussões sobre quem ganha e quem perde na área política com esses trágicos eventos.
Fora de qualquer dúvida, foi a parte mais pobre da nossa população a que mais perdeu. Os ricos e poderosos pouco têm a lamentar. Os empresários de todas as áreas foram os primeiros a serem atendidos pelo Governo Federal. Os que perderam algo já começaram a pressionar por alguma compensação, caso do grupo alemão que administra o Salgado Filho, que usa a ameaça de não abrir o aeroporto esse ano se não for atendido em suas demandas.
Na área política, parece fora de dúvida que o Governador Leite e o Prefeito Melo são os maiores perdedores e o pessoal ligado à oposição, PT e PSOL, os maiores ganhadores.
A cada dia fica mais claro que o Prefeito deu atenção muito pequena aos cuidados que deveria ter com os tais diques de proteção da cidade. Nos jornais, no rádio e na televisão sempre tem um especialista ? a variedade de especialistas em climatologia e hidrologia foi uma grande descoberta da mídia ? apontando os erros do Melo.
Se ele sobreviver com alguma chance de vitória até as eleições, já será um feito de Sebastião Melo.
O governador Leite, que pelo menos não corre risco de ser julgado pelas urnas ainda esse ano, tenta recuperar seus espaços na mídia, na liderança dos tais projetos de reconstrução do Rio Grande do Sul, ocupado com desenvoltura por Paulo Pimenta, nomeado pelo Lula como o Ministro da Reconstrução.
Embora a figura de linguagem possa não ser de bom gosto pela atualidade em que vive o Estado, o PT e seus aliados ?nadam de braçada? na corrida eleitoral. Lula e Janja, em vez das viagens internacionais do passado, fizeram do Rio Grande do Sul a sua nova morada.
Cada visita do casal presidencial são mais votos, esse ano na Maria do Rosário para prefeita e daqui há dois anos em Paulo Pimenta para governador
A candidata do PT à prefeita da Capital não se ajuda e talvez tenha posto fora muitos votos pelo que fez, como Deputada Federal na votação do veto de Lula ao projeto do Parlamento que proibia a chamada ?saidinha? dos presos do nosso sistema penitenciário em determinadas datas. Além de ser a única deputada do PT a votar contra a medida, Maria do Rosário, que já foi ministra dos Direitos Humanos justificou sua posição de forma ainda pior ao dizer que votou contra a linha do seu partido para fugir das críticas da direita.
Enfim, as enchentes estão saindo de cena e as disputas políticas começam a ocupar ainda que timidamente as manchetes da mídia.