O gás do Roger

Por Rafael Cechin

Finalmente a bola está voltando a rolar. Para o bem e para o mal (neste caso porque retornam também as frustrações com os resultados e desempenhos ruins) a semana traz a dupla Gre-Nal novamente aos gramados. Período para uma fundamental reação: a do Inter de Roger Machado. Os jogos de julho e início de agosto serão provas de fogo para o trabalho do treinador.

A retomada envolve jogos no Brasileirão e, logo ali, desafios gigantes estão no calendário. A tabela favorece para que os colorados deixem rapidamente a incômoda zona de rebaixamento. O time vai encarar o Vitória em casa, terá pela frente uma sequência com Bahia, Ceará, Santos e Vasco. Dá para embalar, claro. O problema é que a desconfiança tomou conta dos torcedores diante de recentes fracassos em 2025.

Nada que seja novidade para o Inter de alguns anos para cá. Encerrou a temporada de 2020 já em 2021 em função da pandemia deixando escapar por um gol o esperado título do Brasileirão, no ano seguinte esperava-se manter o bom momento. O que ocorreu? Nada. Em 2022 fechou o campeonato com o futebol mais enérgico do país, foi para o buraco de novo em 2023, apesar de quase conquistar a Libertadores. Em 2024, repetiu a sina de fracassar em momentos chave, o que infelizmente acontece neste ano.

A figura do técnico Roger Machado era (talvez ainda seja) a grande esperança para mudar essa rotina. Trata-se de um profissional reconhecidamente estratégico, atualizado com os melhores métodos táticos do mundo. No dia a dia da imprensa e dos grupos de Whatsapp, se fala que o treinador colorado também tem uma característica nada boa: perde fôlego no andamento de seus trabalhos.

A fama tem sua razão de ser. Roger passou por grandes clubes brasileiros, com ótimos inícios em praticamente todos, sem conseguir "manter o gás" por muito tempo. No Inter a largada foi excelente no Brasileirão do ano passado, com uma campanha de recuperação que chegou a fazer os colorados a sonharem com a taça. Foi exemplar.

Desde janeiro, com reforços e um elenco bom para os padrões de nosso país, a expectativa nacional é grande em relação ao Inter. Pouco se concretizou. Agora, terá pela frente partidas acessíveis até enfrentar Fluminense e Flamengo por Copa do Brasil e Libertadores. Precisa mostrar que tem fôlego suficiente para avançar. Ou vai cair. De novo.

Autor
Jornalista graduado e pós-graduado em gestão estratégica de negócios. Atua há mais de 25 anos no mercado de comunicação, com passagem por duas décadas pelo Grupo RBS, onde ocupou diversas funções na reportagem, produção e apresentação, se tornando gestor de processos e pessoas. Comandou o esporte de GZH, Rádio Gaúcha, ZH e Diário Gaúcho até 2020, quando passou a se dedicar à própria empresa de consultoria. Ocupou também, do início de 2022 ao final de 2023, o cargo de Diretor Executivo de Comunicação no Sport Club Internacional. Atualmente mantém a própria empresa, na qual desde 2021 é sócio da Coletiva,rádio, e é Gerente de jornalismo e esporte da Rádio Guaíba.

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