IN FORMA

Por Marino Boeira

EM QUEM VOTAR ?

Semana passada, num encontro com estudantes no Ceará,  Lula  mostrou que é um eterno candidato a Presidente da República. Talvez ele tenha esquecido que já foi eleito para o cargo há um ano e meio e por isso continua falando como se fosse candidato.

Falando de improviso como gosta, Lula além de cometer as gafes de sempre (a imprensa gosta de colecionar as mais famosas, como quando disse que o bom da escravidão foi a miscigenação e mais recentemente de que mulher que não tem emprego está sujeita a apanhar do marido) fez promessas de campanha.

No encontro do Ceará ele afirmou que a elite não sabe governar, que não é o seu caso porque ele entende os pobres. Como ele já alertou que pode se candidatar novamente em 2026, talvez ele já esteja mesmo em campanha.

Como vivemos um ano de eleições municipais, Lula deixou um pouco de lado suas viagens internacionais - mandou a Janja representá-lo nas Olimpíadas de Paris - e resolveu se dedicar ao que melhor sabe fazer: comícios de campanha eleitoral.  Ele promete o céu e a terra e depois espera que seus eleitores esqueçam o que prometeu.  Depois de um ano e meio na Presidência, Lula ainda não disse a que veio.

O momento agora é dar apoio aos candidatos nas capitais que o apoiam. A ordem é ele participar das campanhas onde os partidos que integram o seu governo não sejam adversários. Dentro dessa perspectiva é possível que não venha a Porto Alegre apoiar Maria do Rosário, porque o PDT do seu ministro Carlos Lupi vai ter candidatura própria, Juliana Brizola.  Já o PSB, de Geraldo Alckmin (é isso mesmo) depois de algum tempo em cima do muro, se decidiu pela Maria do Rosário.

Essa semana começaram os debates públicos entre os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre com três nomes desde já despontando como favoritos: Sebastião Melo, do MDB, disputando a reeleição na expectativa que o público esqueça sua responsabilidade nas enchentes de maio; Maria do Rosário, numa coligação da esquerda que apoia Lula, torcendo para quem ninguém lembre sua pálida atuação como parlamentar federal e Juliana Brizola, tentando reconstruir a história do seu avô, Leonel Brizola.

Todos vão ser convidados a tomar uma posição. Eu vou assumir desde logo a minha. Votei nulo nas eleições presidenciais porque só via diferenças pessoais entre Lula e Bolsonaro e as mesmas posições nas questões fundamentais da economia e da política. Essa vez vou votar em Juliana Brizola. Ver alguém com esse nome legendário na história da capital dos gaúchos assumindo a prefeitura é uma tentação que não pretendo resistir.

Autor
Formado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), foi jornalista nos veículos Última Hora, Revista Manchete, Jornal do Comércio e TV Piratini. Como publicitário, atuou nas agências Standard, Marca, Módulo, MPM e Símbolo. Acumula ainda experiência como professor universitário na área de Comunicação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e na Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos). É autor dos livros 'Raul', 'Crime na Madrugada', 'De Quatro', 'Tudo que Você NÃO Deve Fazer para Ganhar Dinheiro na Propaganda', 'Tudo Começou em 1964', 'Brizola e Eu' e 'Aconteceu em...', que traz crônicas de viagens, publicadas originalmente em Coletiva.net. E-mail para contato: [email protected]

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