UMA FÁBULA À BRASILEIRA

As rãs sempre sonharam em ter um rei. Na fábula de Esopo, descontentes com a situação em que viviam, pediram a Júpiter que lhes arranjasse um rei. Em resposta, Júpiter jogou um toco de árvore no banhado onde elas viviam. As rãs se assustaram, mas ficaram esperando algum gesto do rei enviado. Como o toco não se mexia, pediram outro rei ao seu deus. Júpiter, irritado com a reincidência do pedido, mandou uma cegonha, que começa a devorar as rãs: "Andai como louca, já que não ficaram contentes com o primeiro rei, sofreu agora com esse, que tanto pediram.

Os eleitores brasileiros parecem fazer esse papel das rãs da fábula de Esopo. Estavam descontentes com os governos do PT, com justa razão. Então em vez de pedir a Júpiter, escolhem na eleição de 2018   um novo rei,  o Bolsonaro, muito pior que o anterior. Obviamente isso só fez aumentar o descontentamento  no banhado onde as rãs viviam.

Então, reunidas numa grande assembleia, as rãs decidiram que era preciso trazer de volta o antigo rei deposto, o Lula, e assim o fizeram.

Com a volta do antigo rei nada mudou na vida do banhado. Ao contrário, até piorou.

O problema que as rãs ainda não entenderam é que os dois reis - Bolsonaro e Lula -  querem impor a elas o mesmo sistema de vida, apesar de serem bem diferentes na aparência.

Um faz o gênero do rei absolutista, o Bolsonaro, enquanto o outro, o Lula, é o típico déspota esclarecido.

O que as rãs deveriam entender é que elas não precisam de nenhum rei. Elas deveriam promover uma grande união entre elas, tomar o poder e criar uma república onde todas elas tivessem os mesmos direitos e deveres.

O banhado deixaria até de ser banhado e se transformaria num lago de águas límpidas onde todas as rãs poderiam viver felizes para sempre.