Humanizar com animais, mas sem esquecer os humanos
Por Renato Dornelles
Já faz algum tempo que o jornalismo se humanizou ainda mais ao integrar-se à causa animal. Essa é uma bandeira justa, necessária e permanente, em nome não só de quem não tem voz, como os bichinhos, mas também dos próprios seres humanos. E o jornalismo dá sua contribuição por meio de opiniões, notícias tristes, como denúncias de maus tratos, e positivas, como boas histórias.
Tenho dois pets e defendo que, todos aqueles que puderem ter, também o tenham. Dito isso, parto para o que pode parecer polêmico. Sei que o quanto minha opinião pode ser mal entendida ou - espero que não - deturpada. Mas vamos lá, é preciso manifestá-la.
Da mesma forma que vejo como positivo e extremamente humano o aumento de notícias e informações de um modo geral relacionadas aos animais, faço uma crítica construtiva à carência de histórias envolvendo pessoas. Por vezes, de um modo geral, durante a cobertura da enchente, vi grandes apostas em histórias de animais - incluindo o justo destaque ao cavalo "Caramelo" .
Mas, por outro lado, na minha opinião, devido à grande repercussão e à enorme interação do público, alguns assuntos foram demasiadamente estendidos, em detrimento de busca por histórias de pessoas, Desde as que perderam tudo, incluindo-se aí as que perderam a vida, àquelas que, como o cavalo Caramelo, foram e continuam sendo resistentes.