Desculpem-me os colegas que desempenham outras, e fundamentais, funções no jornalismo. Mas para mim a essência da profissão está na reportagem. É por meio dela que se chega ao diferencial, ao inédito, ao exclusivo, enfim, ao furo.

Não apenas por ter dedicado boa parte de meus quase 40 anos de jornalismo à reportagem, mas por reconhecer a sua importância, exalto aqui o lançamento do livro GDI, sobre o Grupo de Investigação da RBS, principalmente do jornal Zero Hora.

Não fiz parte do GDI. Participei de uma série de reportagens publicada com o selo e intitulada "Casas de Papel", que resultou em prisões e que nos rendeu premiações. Também posso dizer que participei de uma espécie de piloto do GDI, que foi a primeira série de reportagens investigativas que envolver conjuntamente profissionais de quatro veículos do grupo: eu pelo Diário Gaúcho, o José Luis Costa por Zero Hora, o Fabio Almeida pela RBS TV e o Cid Martins pela Rádio Gaúcha. Também premiada, a série abordou problemas do regime semiaberto no sistema prisional.

Pois no livro do GDI, os excelentes repórteres Humberto Trezzi, Adriana Irion, Carlos Rollsing, Giovani Grizotti e Rodrigo Lopes nos contam os bastidores ou o making off de grandes reportagens. Completam os depoimentos outras pessoas importantes no processo, desde o ex-presidente do grupo Nelson Sirotsky, Marcelo Rech, Marta Gleich, Carlos Etchichury, Diego Araújo, Dione Kuhn, Jaime Silva, Rodrigo Müzzel e a excelente advogada Débora Dalcin, com quem aprendi muito sobre os limites legais da reportagem. Recomendo a leitura.