A cada vez que um fato ocorrido no Estado repercute muito além das divisas (Santa Catarina ao Norte) e fronteiras do Estado (Uruguai ao Sul, Argentina a Oeste), costuma aumentar, naturalmente, a carga de trabalho e a tensão de quem lida com jornalismo por aqui. Desta vez, o Rio Grande do Sul é notícia mundial, com o maior desastre climático de sua história.
Um pouco à distância (por não estar na linha de frente ou ?trincheiras?), acompanho o trabalho dos colegas por diferentes meios e veículos. São 24 horas diárias de notícias diretamente ligadas à tragédia causada pela enchente, com excelente descrição do que está acontecendo.
Penso nas dificuldades enfrentadas por quem tem que transformar fatos em notícias navegando por ruas de cidades alagadas. Sim, em muitos lugares, para transitar, só com o uso de barcos, pois os automóveis estão submersos, assim como muitas casas. Esses são apenas alguns dos riscos.
Mas além das dificuldades que já seriam normais em situações extremas como essa, os jornalistas enfrentam a desleal e criminosa concorrência das fakes News. Seja por motivos políticos, seja para dificultar o socorro a quem necessita, seja pelo sadismo de gerar pânico, os mentirosos estão às soltas, tirando proveito dos graves problemas alheios.
Cabe a nós, jornalistas, na ativa ou não, darmos o troco. A boa informação, tão necessária sempre e principalmente neste momento, e o bom trabalho jornalístico não podem ser prejudicados pelas mentiras. Nestes momentos, cada profissional, até como forma de valorizar o próprio trabalho e o dos colegas, deveria dedicar pelo menos um post diário em suas redes para lembrar que fakes news são completamente prejudiciais, além de criminosas.