A gangorra quebrou? Longe disso. O domingo de vitória do Grêmio e empate com jeito de derrota do Inter não simboliza ainda um novo momento para os nossos dois principais clubes. Renato aproveitou-se mais uma vez de uma boa chance por conta do calendário do futebol. Roger continua com o seu calvário. A palavra "remontagem" segue valendo para ambos.

O Grêmio tem de comemorar mesmo. O Z-4 parece ter ficado para trás e a tabela do Brasileirão vai permitir que sonhos possam virar realidade na Copa do Brasil e na Libertadores. Mais tranquilo em relação ao rebaixamento, o tricolor terá pela frente novamente o Corinthians no meio de semana e segue sendo o meu palpite para ficar na parte de cima da gangorra.

Se o momento é azul, os colorados não deixariam de respirar se terminasse o jejum de vitórias. Um pouco mais com a "cara de Roger" o Inter parece mais seguro defensivamente e criativo no ataque. Está mais confiável. A falta de efetividade está virando coisa do passado, mesmo que seja um processo ainda se iniciando. Precisa retomar as vitórias logo, sob pena de aumentar a pressão. Fora de campo, o clube ainda busca se ajeitar. O déficit só aumentou pós enchente e eliminações nas copas. O ano só será salvo se conseguir, no mínimo, vaga no G-6.

Por que então a situação da dupla Gre-Nal não é definitiva para o lado do Grêmio? Porque resultados nem sempre significam solução. Os dois podem estar nos trilhos da retomada. Não serão fáceis de se apagar os 15 dias sem treinar em função de alagamentos em CTs e estádios, as viagens infinitas para disputar seus jogos (que continuam para o tricolor) e a pressão depois das sequências de derrotas. Assim como o Estado, o futebol também está sendo reconstruído.

Nos próximos dias, além da Copa do Brasil diante do Corinthians, ainda em Curitiba porque a Arena segue fechada, o Grêmio pega o fraco Cuiabá fora de casa e o Inter no Beira-Rio recebe o Athletico-PR. Eu sigo apostando no time do Renato como o maior vencedor da semana. Que a bola role para a gente conferir.