A hora é de eleger mais mulheres

Por Marcia Martins

15/08/2024 15:28
A hora é de eleger mais mulheres

Não é a primeira vez que escreverei sobre a importância urgente e a necessidade representativa de eleger mais mulheres para cargos políticos. E, para as eleições de 6 de outubro, quando iremos votar nos próximos ocupantes da Administração Municipal e da Câmara de Vereadores, precisamos sim dar lugar às mulheres. Não só porque somos a maioria do eleitorado do Rio Grande do Sul, com 53% dos votantes, e é muito fundamental que nós, mulheres, comprovamos que acreditamos na nossa força e potência em cargos eletivos. Mas, principalmente porque só nós, conhecedoras das nossas maiores dores, que futuramente serão também as dores de muitos, poderemos construir, gradativamente, um mundo melhor para toda a população.

Uma reportagem do G1 e RBS, publicada no dia 12, apontou que 58 cidades do Estado não elegeram nenhuma vereadora nas últimas eleições. E apenas oito municípios gaúchos elegeram mais vereadoras do que vereadores, ou seja, 1,6% dos 497 municípios do Rio Grande do Sul. É muito pouco. Números bem insignificantes. Mulheres, por favor, precisamos confiar em nós, acreditar que somos capazes (não tenho a menor dúvida) e, especialmente, vasculhar muito bem cada trajetória. Já que não basta ser mulher. É essencial ser uma mulher identificada com as lutas que nos unificam e nos devolvem qualquer traço de dignidade perdida com o desmantelamento das políticas públicas. 

Entre as cidades que ajudaram a movimentar o cenário da supremacia masculina na Câmara Municipal, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral, Porto Alegre, nas eleições de 2020 (ainda alegre porque não havia sido devastada pelas águas de final de abril e maio deste ano), elegeu 11 mulheres. Só que, no pleito de 2022 três das escolhidas em 2020 foram eleitas deputadas e, na substituição, o mesmo número de representantes do gênero feminino não foi observado. A troca foi por uma suplente mulher e dois homens. Hoje, de um total de 36 vereadores, a capital gaúcha conta apenas com nove vereadoras (25%).

Até outubro, pretendo falar e escrever muito sobre esse assunto. E juro que é com conhecimento de causa (ou sou muito pretensiosa) porque na eleição de 2020 escolhi uma excelente vereadora, comprometida, consciente, e que no período em que esteve na Câmara me surpreendeu pela sua garra e coerência. Foi a mesma que elegi, em 2022, para a Assembleia Legislativa e que, mais uma vez, jamais desviou da luta a que se propôs e segue me mostrando, com suas ações e posicionamentos, quão acertada foi a minha escolha.

Por isso, reforço. Mulheres, se somos 53% do universo de votantes do eleitorado do Estado, não temos porquê não reverter este percentual para uma exitosa e comprometida representatividade na política. Eu asseguro sem medo de errar: com as mulheres no comando, o mundo será melhor e estaremos cimentando uma sociedade melhor para todos, todas e todes. Confiem!