A história como ela foi (VI)

Por Vieira da Cunha

Coletiva.net completou 25 anos de uma incrível trajetória. De uma simples folha de fax é hoje portal, canal de YouTube, emissora de rádio, revista.

Testemunha e personagem desta história, tento contar como tudo começou.

A consolidação do Coletiva.net como principal veículo eletrônico direcionado à área de comunicação no Rio Grande do Sul veio em 2004, quando tinha cinco aninhos e recebeu o título de Veículo do Ano no Prêmio Colunistas Rio Grande do Sul. Fechava ali um ciclo virtuoso, por ter conquistado o reconhecimento nas três categorias de comunicação - Jornalismo, Propaganda e Marketing. Afinal, já havia recebido antes o Prêmio ARI de Jornalismo (da Associação Riograndense de Imprensa) e o Top de Marketing ADVB. 

Coletiva.Net se transformara em leitura obrigatória para os profissionais da comunicação, um interesse despertado pelo fato de a publicação fazer um acompanhamento constante de tudo o que acontece neste segmento no Rio Grande do Sul. Mudou alguns paradigmas, transformando os próprios profissionais de comunicação em fontes de informação. Foi pioneira no gênero entre os veículos gaúchos, e é uma certeza afirmar que contribuiu para abrir caminhos em webjornalismo, ajudando a formar profissionais especializados em atuar nesta que, no início do século, iniciava uma nova área para a área da comunicação.

Iniciativa também pioneira foi, ainda nesta época, criar a pesquisa Tendências da Informação e dos Meios (Time), com o objetivo de apontar as perspectivas do setor de comunicação para os cinco anos seguintes. A Qualidata Pesquisas respondeu pelo trabalho que entrevistou centenas de profissionais. Outra ação relevante foi a ampliação do Prêmio Coletiva.Net, lançado para comemorar os 10 anos e que no seguinte foi ampliado com uma novidade importante: a escolha dos indicados seria realizada pelos mais de 12 mil assinantes cadastrados no portal. A lista de indicados seria depois submetida a um corpo de jurados - formado por 50 representantes de instituições e personalidades de destaque no setor -, para indicar os vencedores. Que foram Correio do Povo, Zero Hora, Jornal do Comércio (este destacado por sua atuação em Web), Verdi Design, Vonpar e Paim Comunicação. Para assegurar a lisura de todo o procedimento, lembro que contratamos a Levi Auditores, empresa de auditoria independente. 

Em 2011 o projeto foi ampliado e contemplou 41 vencedores, anunciados em um evento especial na ADVB/RS. Um total de 205 profissionais, empresas, instituições, produtos e marcas foram indicados a partir de 2,2 mil questionários respondidos por assinantes de Coletiva.net. De novo, todo o processo foi fiscalizado pela Levi Auditores e só foram considerados válidos os votos preenchidos com identificação do assinante. Mais uma vez, isenção absoluta, para evitar o desconforto existente no meio com premiações similares que não apresentavam transparência. Infelizmente, como aconteceu com a ColetivaEAC (referida na coluna anterior), faltou melhor dedicação e o projeto não evoluiu. 

Mais exemplos de ineditismo não faltam. Promovemos rodadas de debates com entidades representativas do mercado. Rodadas de debates entre candidatos à presidência do Sindicato dos Jornalistas, nas quais as perguntas eram encaminhadas previamente através de imeils para a redação.

Seguimos publicando edições da Revista Coletiva Tendências, que se especializou na indicação dos rumos da Comunicação. Quando completou 15 anos, em 2014, editamos uma das mais lindas revistas, registrando a evolução do veículo online desde sua fundação, com uma retrospectiva com mais de uma centena de fatos noticiados pelo portal. A capa trazia dezenas de fotografias com os rostos dos profissionais que colaboraram para sua história. Foi neste momento também que, em um trabalho conduzido pela DZ Estúdio, o portal ganhou um visual mais atrativo e mais recursos para uma navegação bem amigável. O que hoje é rotina, na época era muito inovador: o leitor começava a ter a possibilidade de compartilhar o conteúdo do portal através de ferramentas conectadas a mídias como o Facebook, o Twitter e o Google+.

Rebuscar os fatos publicados por Coletiva.net é como entrar dentro de um baú de tesouros. Os primórdios da internet estão registrados ali como grandes novidades, e assim Coletiva.net seguia contando a real história da comunicação do Rio Grande do Sul. Um exemplo revelador daqueles registros está na notícia sobre as experimentações que o Grupo RBS fazia, em meados de 2016, para colocar um pé definitivo no online e em busca de maior interação. Em julho daquele ano, a notícia informava que uma reportagem investigativa fora publicada com exclusividade no site de Zero Hora, para ser divulgada só no dia seguinte nas páginas do jornal. Era ainda um passo tímido, cuidadoso, para uma prática que hoje é rotineira como navegar diariamente por sites de notícias.

Autor
José Antonio Vieira da Cunha atuou e dirigiu os principais veículos de Comunicação do Estado, da extinta Folha da Manhã à Coletiva Comunicação e à agência Moove. Entre eles estão a RBS TV, o Coojornal e sua Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre, da qual foi um dos fundadores e seu primeiro presidente, o Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, a Revista Amanhã e o Correio do Povo, onde foi editor e secretário de Redação. Ainda tem duas passagens importantes na área pública: foi secretário de Comunicação do governo do Estado (1987 a 1989) e presidente da TVE (1995 a 1999). Casado há 50 anos com Eliete Vieira da Cunha, é pai de Rodrigo e Bruno e tem quatro netos. E-mail para contato: [email protected]

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