A esperança é uma planta bela e cheia de espinhos. Ela pode adotar diversas formas dependendo de como é tratada. Pode florescer ou morrer em segundos. Ela renasce de escombros molhados, calçadas escorregadias e muito barro. Mas, é delicada porque o excesso de chuva pode matá-la. A força da esperança não está na resiliência. Está na sua fragilidade. Ela é uma flor que nasce e morre rápido, que cresce e murcha num piscar de olhos. Ela brota e vira cinzas como se água queimasse suas pétalas. Precisamos perceber que a bravura dela não está em resistir, mas em renascer.
Não existe esperança que esteja sempre florida e quando essa florzinha morre nenhum humano deve se culpar porque nem sempre depende dele o arar da terra. Abraçar a falta de esperança é abraçar a humanidade de cada coração. Nenhum humano é uma máquina programada para ver o melhor de toda a situação. Raiva, medo e sensação de injustiça criam solos tão lamacentos que é difícil de colher.
Ao mesmo tempo, a esperança é uma flor tão poderosa que não precisa de muito pra renascer. Uma lembrança, um abraço, uma ajuda inesperada, uma mão que segura firme na sua, um olhar que diz sem dizer ?eu estou com você?. E pronto. Ela renasce espalhando uma nova fragrância tão típica do povo gaúcho: a de lutar em condições adversas.
A flor esperança não é incrível porque nunca morre. Mas, porque ela renasce sempre. Assim como os humanos. Assim como o povo gaúcho.
Com esperança, Vida.