A dureza da história e o carisma de um cotidiano comum

Por Marina Mentz

É claro que Daniel Brühl precisa de um texto à parte para detalhar seus feitos e seus atributos nas artes, mas foi por causa de "Adeus, Lenin!" que conheci este ator. E essa comédia dramática, lançada em 2003, tem tanto carisma quanto o próprio ator. O filme alemão é sobre a vida de uma família comum pouco antes e anos depois da queda do muro de Berlim.

Na produção, conhecemos Alex, protagonizado por Brühl, um jovem alemão que, após a queda do regime socialista, tenta fazer com que sua mãe, uma defensora da Alemanha Oriental, não saiba da queda do muro. A mulher esteve em coma durante a derrubada em si. Só que, apesar da concretude e seriedade dos acontecimentos históricos, o humor e o cotidiano absolutamente corriqueiro dão o tom da narrativa.É possível até rir um pouco do jeito que ainda nos relacionamos com o mundo capitalista.

Antes de aparecer em "Bastardos Inglórios", "Rush", "Colônia", "O Alienista" ou qualquer um da Marvel, em "Adeus Lenin", Brühl trouxe à tona o dilema de viver entre duas Alemanhas. O filme mostra com carisma e sensibilidade as complexidades das transformações políticas e sociais de uma forma acessível ao público.

Filmado em Berlim, o filme tem sets meticulosamente montados para lembrar a vida na antiga RDA. "Adeus, Lenin!" foi um sucesso de crítica e público, ganhando diversos prêmios internacionais, como o European Film Awards.

Autor
Marina Mentz é jornalista, doutora e pesquisadora das infâncias brasileiras. Cofundadora da Bisque Laboratório Criativo, tem experiência na área de Comunicação, com passagens por agências e redações de jornal impresso, televisão, rádio e digital. Há 12 anos, pesquisa a presença das violências contra infâncias na mídia. E-mail para contato: [email protected]

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