'Hablamos' para subir no elevador do Brasileirão

Por Rafael Cechin

As eliminações nas copas parecem não ter deixado traumas na dupla Gre-Nal. Oremos para que continue assim. Embalados pela ascensão ou chegada de jogadores do exterior, ambos têm vencido no Brasileirão, o que resta em disputa até dezembro. Na rodada do último fim-de-semana, colombianos marcaram para decretar as vitórias dos nossos clubes. Os sinais de recuperação passam também por nascidos no Uruguai, Argentina, Equador, Dinamarca. A tendência é "hablar" para buscar um segundo semestre mais digno.

São pelo menos duas dezenas de atletas de outras nacionalidades nos elencos de Grêmio e Inter. Sai um, vem outro. Para quem não sabe, no CT Luiz Carvalho do tricolor e no CT Parque Gigante do colorado existem departamentos de pesquisa para fazer contratações. Profissionais que vasculham o mercado em busca de ótimas e certeiras oportunidades. É dali que surgem nomes como Arezo, Rogel, Aravena, Bernabei, Monsalve, entre outros. Até brasileiros desconhecidos por esses lados são garimpados em países emergentes no esporte. 

A tarefa é achar o melhor custo-benefício. Quem custe pouco e entregue muito dentro do campo. No meio do caminho, há erros. Para nossa sorte os dois têm acertado muito mais. A recente leva de novidades do Grêmio serviu para o grupo ficar encorpado e com novas soluções. Braithwaite, a "cereja do bolo" neste meio de 2024, talvez tenha encantado demais na estreia mas está dando ao time uma nova alternativa ofensiva, unindo velocidade e poder de conclusão. O Inter aproveitou-se bem das últimas janelas de reforços menos badalados e ainda não viu seus grandes nomes deslancharem. Valencia, Borré, Alario, Thiago Maia e Fernando não são da turma dos "garimpados". Foram oferecidos por empresários, chegaram a peso de ouro. Então precisam mostrar a que vieram.

O que importa é que finalmente pegamos o elevador para cima. Ainda coadjuvantes é verdade, vemos cada vez com menos riscos de ficar embaixo na tabela. As vitórias recentes da dupla Gre-Nal no Brasileirão mudaram os dois times de patamar. A distância para o Z-4 aumenta na mesma proporção do otimismo de que algo melhor poderá vir até o fim da temporada. 

O Inter, graças a um início de Brasileirão mais estável antes das enchentes de maio, tem esperanças de que o 11° lugar vire, no mínimo,  posição de luta por vaga na Libertadores do ano que vem. Se mantiver a melhora com Roger Machado e a nova gestão com D'Alessandro como diretor e um novo executivo ajeitar a casa, dá para chegar. No tricolor, essa semana só de treinos pode dar fôlego para que a maior distância do rebaixamento leve o time a voos maiores. Além disso, a Arena volta a ser usada ainda com capacidade reduzida de torcedores.

Como o ditado diz que "em time que tá ganhando não se mexe" vou manter minha tendência de aposta. Sigo acreditando que os nossos dois principais representantes terão sucesso na rodada, o colorado em semana de Cruzeiro e Juventude como visitante, o tricolor pegando o Atlético-MG até que enfim dentro de sua casa. Que os resultados, quem sabe com desempenho em alta, continuem a vir.

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