Inteligência real - A antítese da modernidade em Comunicação

De Max Rathke, para o Coletiva.net

Crédito: Arquivo Pessoal

Inteligência Artificial é a grande NOVIDADE no mundo virtual e corporativo. Não nasceu hoje, mas está tendo seu crescimento exponencial agora. Muitas áreas estão se desenvolvendo e criando novos caminhos em produtos, serviços e soluções.

Na verdade, ainda não temos consciência do impacto que o assunto está causando em nossas vidas. Estamos iniciando a explorar essa ferramenta que, com certeza, trará consequências positivas e negativas. Podemos comparar a descoberta da bomba atômica, ou quem sabe a pólvora. São evoluções e descobertas que mudam a realidade e nos transportam para uma nova dimensão. Não existe mais o mundo sem AI

É antes de AI e depois de AI. Comparado a AC e DC.

Mas, como jurássico que está sendo exterminado pelo meteoro da tecnologia, me atrevo a questionar e a olhar esse momento com um pé no chão e outro querendo dar um salto. Ou melhor, não sou o antagonista do ARTIFICIAL. Mas, o crente do REAL.

Confesso que não sou expert nesse assunto. E, na verdade, me surpreendo diariamente com o potencial que vai se revelando sem ao menos ter tempo de entender o que já aconteceu hoje. Estamos no meio dessa descoberta e continuo acreditando na INTELIGÊNCIA REAL. A boa e velha ideia. A inevitável criatividade que, justamente, criou a AI.

Certamente no amanhã essa nova inteligência vai nos superar em muitas faces, já está superando, mas eu ainda acredito em um conceito aprendido na Teoria da Comunicação - a Gestalt, que resumo em uma frase que é um mantra - "a soma das partes é muito maior do que elas separadas

Quando usamos as inteligências orgânicas unidas, somadas, temos uma explosão que tornam as ideias em um produto muito diferenciado e que alavancam marcas, empresas e pessoas. Temos que nos render a AI para muitas aplicações, muitas soluções. Mas, não podemos nos tornar medíocres para entregar tudo a essa realidade.

Ainda temos as nossas armas. Ainda sentimos. Ainda somos profundos. Ainda temos um processo que envolve algo inexplicável, mas maravilhoso que é ser humano. Em comunicação essa sensibilidade é essencial para impactar consumidores e envolver com nossas marcas e propósitos.

Conseguimos unir inteligência ao planejar, ao escolher a palavra correta, a imagem e símbolos que vão levar esse público a ação. Não sei até quando... pode ser que amanhã a Inteligência Artificial me fará chorar, amar e me transformar. Ela aprende, evolui rapidamente. Mas, é algo em construção e não uma verdade incontestável

Nosso olhar crítico ainda vale muito, afinal a AI está a nosso serviço e não o contrário. Somos empurrados a incluir no nosso dia a dia. Isso é bom. Mas, sem a preguiça de deixarmos de pensar. Mais do que nunca o homem quer o toque do humano. O quente do corpo real.

Estamos sendo instigados a planejar melhor. Criar com mais profundidade para entender a alma e não apenas elencar características de produto. Cada vez mais a técnica vem aliada ao envolvimento. A comunicação é um diálogo vivo e real, visceral. Somos mais Artificiais do que a própria AI se perdermos a capacidade de criticar.

Acredito que "resistência" tem a ver com envergar sem quebrar. Aceitar o novo sem esquecer o que já foi escrito, o que já foi conquistado. Acredito no Natural. O inexplicável e o valor de construir marcas únicas e verdadeiras.

Acho que isso não se desliga. A AI ainda tem um interruptor.

Max Alexandre Rathke é publicitário, head de Atendimento na Protarget e Sócio na Base Edificações.

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